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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 1874-2

Poster (Painel)


1874-2

A herança das desigualdades - Um olhar sobre a segregação urbana na cidade do Recife

Autores:
Tereza Espadeiro1
1 UFPE - Universidade Federal de Pernambuco, 2 UFPE - Universidade Federal de Pernambuco, 3 UFPE - Universidade Federal de Pernambuco

Resumo:
Da divisão de capitanias hereditárias, perpassando pela formação dos alagados, até a favelização que conhecemos hoje: foi assim que se perpetuou a segregação dos espaços urbanos na cidade do Recife. De um lado, os engenhos, os casarões e os apartamentos de luxo. De outro, os alagados, os mocambos e as favelas. Com base nisso, o Recife se moldou em função das classes altas, as quais ocupavam e ocupam os locais mais valorizados, em prejuízo das classes baixas, que habitam ainda hoje as áreas marginalizadas da cidade. O “boom imobiliário” estourou e surgiu a necessidade de especular áreas anteriormente intocadas, o que promoveu cenários cotidianos na paisagem da cidade: condomínios de luxo e shopping centers ao lado de favelas e demais construções populares. Apesar dessa proximidade nos espaços geográficos, a segregação social, cultural e simbólica dos indivíduos permaneceu, junto à completa discrepância arquitetônica ou paisagística da cidade. Nesse sentido, este trabalho busca analisar de que maneira esse modelo segregador na cidade do Recife se reproduz na atualidade, os papeis dos indivíduos e do poder público nesse processo e, sobretudo, as reverberações dessa segregação do espaço urbano no que se refere ao ideal de uma cidade democrática — como espaço de uso coletivo, ao mesmo tempo em que carrega sentido, memória e identidade dos indivíduos que a ocupam. Palavras-chave: democratização dos espaços públicos, desigualdade social, segregação espacial