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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 1055-1

Poster (Painel)


1055-1

Aproximações e Rupturas de Federico Fellini com O Neorrealismo Italiano em A Doce Vida (1960)

Autores:
JESUS,C. S. de 1,1
1 UFBA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Resumo:
Neste estudo, buscamos compreender como o filme A doce vida (1960), de Federico Fellini, representa elementos como a incomunicabilidade e a superficialidade do trabalho jornalístico em meio às coberturas sensacionalistas sobre a decadente aristocracia italiana, analisando, sobretudo, o modo como o filme em certos aspectos se aproxima e em outros se distancia da estética do Neorrealismo italiano. Lançado em parceria com Marcello Mastroianni, A doce vida apresenta uma profunda crítica ao caráter ideológico da cobertura jornalística e explora as contradições do personagem “Rubine” (Mastroianni), um jornalista que sobrevive escrevendo fofocas para tabloides sensacionalistas e permanece envolvido no projeto de um livro autoral que nunca consegue terminar. Apesar da vida boêmia e reconhecimento profissional, o jornalismo inócuo, os relacionamentos superficiais e o isolamento em torno de si mesmo revelam um imenso vazio existencial que recai sobre ele. Embora a problematização destas questões se apresente no filme através de elementos marcantes do Neorrealismo, como o enfoque nas questões sociais, o aprofundamento nas dúvidas e incoerências humanas e a fragmentação da narrativa e do narrador apontam para um distanciamento de Fellini em relação ao estilo em questão. Razão pela qual se faz necessário um estudo sobre a forma estética de A doce vida em meio à crítica realizada pelo diretor sobre a sociedade capitalista e algumas das principais contradições que cercam a sua existência.