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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 912-1

Oral Curta (5 mim) - Somente GT


912-1

Palco e Resistência: a Geração do Teatro de Bolso e as suas Lutas por Hegemonia nos anos de 1980 em Campos dos Goytacazes/RJ

Autores:
Glauber Rabelo Matias1
1 UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Resumo:
Analiso a emergência da denominada “Geração do Teatro de Bolso” e de seus mecanismos e espaços de luta por hegemonia nos anos de 1980 na cidade de Campos dos Goytacazes/RJ. Tal contexto foi cenário para a emergência de um intenso movimento teatral na cidade de Campos, encampado por variados grupos e artistas amadores que, a partir de suas produções, protagonizaram a luta em torno do Teatro de Bolso, inaugurado pelos artistas de teatro em 1968. Compreendo a chamada “Geração do Teatro de Bolso” como forma de acessar a complexidade, os conflitos e as contradições inerentes à experiência de surgimento, nos anos de 1980, de grupos como o Grupo Experimental do SESC, do Grupo Abertura, do Grupo Art-Porta Aberta, do Grupo Gente é p'ra Brilhar, dentre tantos outros, que lograram constituir uma “estrutura de sentimentos” que possibilitou configurar uma forma de resistência em relação a determinadas forças anacrônicas associadas ao “conservadorismo” das elites campistas, ao poderio econômico das “usinas”, à Prefeitura Municipal, como exemplos. Demonstro, a partir da História Oral e de realização de pesquisa documental, que a luta pela retomada do Teatro de Bolso pela classe teatral representou um mecanismo de luta por hegemonia vislumbrada pelos artistas, colaborando, pois, para a configuração mesma de uma “geração”, que compreendeu o Teatro de Bolso enquanto trincheira para a luta em nome de sua causa em Campos nos anos de 1980.