SÍFILIS EM PRIVADOS DE LIBERDADE EM UMA UNIDADE PRISIONAL NO INTERIOR DE RONDÔNIA
EMILLY KARINE VENTURA DE LIMA 1, SHEILA CARMINATI DE LIMA SOARES1, ANGELA ANTUNES DE MORAIS LIMA1, CLODOALDO SOUZA1, ODIVAL SPAGNOL1
1. HRC - Hospital Regional de Cacoal, 2. FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DE CACOAL - FACIMED
emilly.ventura@outlook.com

A sífilis é uma enfermidade sistêmica e infecciosa produzida por uma bactéria chamada Treponema pallidum , de transmissão predominantemente sexual, comumente encontrada na população privada de liberdade devido constante exposição às situações que aumentam sua vulnerabilidade às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). O objetivo foi investigar os casos de sífilis em privados de liberdade da Casa de Detenção do município de Cacoal no Estado de Rondônia nos anos de 2016 e 2017. Pesquisa documental, retrospectivo com abordagem quantitativa, realizado nos meses de fevereiro e março de 2018 através da análise de 486 prontuários de privados de liberdade em cumprimento de pena no referido período. Foram diagnosticados 35 casos de sífilis, sendo 22 casos reagentes em 2016 e 13 casos reagentes em 2017 com uma taxa de incidência de 7,2% de positividade. Sobre o perfil sócio demográfico, a idade média foi 30 anos, houve predomínio do gênero masculino em 71% dos casos. Quanto a cor, 42,85% são de pele parda, 14,28% de pele branca, 11,42% de pele negra e 31,45% não informado, identificou-se que 91% eram solteiros e 85% com ensino fundamental incompleto. Foi verificado nos registros que 74% dos casos reagentes relataram praticar relações sexuais rotineiramente de forma desprotegida e que 86% desconheciam as formas de contaminação, riscos e tratamento da sífilis. Em relação ao desfecho do tratamento, 80% concluiu na unidade prisional e 20% tiveram o tratamento interrompido devido transferências entre unidades prisionais, porém nesses casos é dado sequência ao mesmo na unidade de destino. Todos os casos foram tratados como sífilis terciária. A realização de testagem para sífilis e demais IST faz parte da rotina do serviço de enfermagem na admissão dos detentos bem como a realização do aconselhamento pré-teste. O trabalho dos profissionais de enfermagem deve ser capaz de alcançar as metas e ações propostas pelo Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário, a fim de garantir a assistência integral ao indivíduo institucionalizado nas unidades prisionais. É fundamental que o enfermeiro reconheça as especificidades do processo de trabalho nas penitenciárias, mantendo a conduta ética e respeitando os princípios que regem a profissão, a fim de garantir o direito à saúde e dignidade humana, exercendo assim papel importante como agente educador, promovendo a saúde sexual livre de comportamentos de risco.



Palavras-chaves:  Penitenciárias, Privados de Liberdade, Sífilis