AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE N-ACETILCISTEÍNA IN VITRO: POTENCIAL TRATAMENTO ADJUVANTE NA POLIQUIMIOTERAPIA DA HANSENÍASE
CAROLINE AZULAY RODRIGUES1, SAVIO MONTEIRO DOS SANTOS 1, ANTÔNIO RAFAEL QUADROS GOMES1, BRUNO ALEXANDRE QUADROS GOMES1, PRICILA RODRIGUES GONÇALVES1, JONI TETSUO SAKAI 1, PAULO FERNANDO SANTOS MENDES 1, MARTA CHAGAS MONTEIRO1
1. UFPA - Universidade Federal do Pará
saviomontsan@gmail.com

Dapsona (DDS) é um dos fármacos com ação antimicrobiana utilizados na poliquimioterapia da hanseníase. Este fármaco é o principal responsável por reações adversas, como metemoglobinemia e anemia hemolítica. Estas reações estão relacionadas ao seu metabólito, a dapsona-hidroxilamina (DDS-NOH). Na tentativa de promover a redução de efeitos hematotóxicos, são estudadas alternativas terapêuticas com antioxidantes. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito protetor da N-acetilcisteína (NAC), no dano em DNA induzidos pela DDS-NOH in vitro , correlacionando aos parâmetros do estresse oxidativo. Este é um estudo analítico, observacional e transversal. Suspenções de eritrócitos humanos a 50% foram expostas à dapsona-hidroxilamina (DDS-NOH) e posteriormente, expostas à NAC, em diferentes concentrações. Foi avaliado o nível de peroxidação lipídica utilizando o método qualitativo de complexão de TBARS em leucócitos. Para avaliar a indução de espécies reativas de oxigênio, as células foram expostas à DDS-NOH por 30 minutos e simultaneamente expostas à acetato de dicloro-dihidro-fluoresceína (DCFH-DA). Para comparar o efeito oxidativo foi utilizado como controle positivo tert-butil hidroperóxido (TBHP). O dano em DNA foi avaliado utilizando o ensaio do cometa, as células foram expostas à DDS-NOH e posteriormente expostas à NAC por um período de 3 horas em estufa de CO2 a 5%. O estudo mostrou que DDS-NOH e o TBHP induziram uma produção acentuada de EROs. No entanto, o tratamento com NAC foi capaz de reduzir os níveis de EROs induzidos pela DDS-NOH e TBHP. Em dano em DNA, os resultados demonstraram que a DDS-NOH foi capaz de induzir danos em leucócitos do sangue periférico. Além disso, quando as células foram tratadas com NAC, este antioxidante protegeu os leucócitos humanos do dano de DNA induzido pela DDS-NOH in vitro. O potencial antioxidante da NAC deve-se ao fato deste antioxidante exercer função de sequestro de EROs, além de inibição da peroxidação lipídica. Acredita-se que o mecanismo pelo qual a NAC previne dano em DNA seja pela presença do grupo tiol em sua estrutura, diminuindo a reatividade das EROs. A partir destes dados, é possível concluir que NAC, sendo utilizado como pós-tratamento à dapsona, não reduz dano oxidativo. Por outro lado, NAC reduz a formação de espécies reativas de oxigênio em leucócitos. Adicionalmente, NAC inibe dano em DNA ocasionado pelo metabólito tóxico de DDS.



Palavras-chaves:  dapsona, hanseníase, estresse oxidativo, n-acetilcisteína, antioxidante