IDENTIFICAÇÃO DA FAUNA FLEBOTOMÍNICA DOS RIOS UNINI E JAÚ, PARQUE NACIONAL DO JAÚ, AMAZONAS, 2012-2013
SIMONE LADEIA-ANDRADE 1, WAGNER LANCA PASSOS1, THAÍS DE ARAÚJO PEREIRA1, CONSTANÇA FELÍCIA DE PAOLI DE CARVALHO BRITTO1, NELSON FERREIRA FÉ1
1. IOC-FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz-Fiocruz, 2. FMT-HVD - Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado
shawam@uol.com.br

Introdução: O Parque Nacional do Jáu (PNJ), AM, é uma área endêmica de leishmaniose tegumentar, no entanto, a fauna flebotomínica vigente nas suas porções habitadas até então carece ser estudada. Objetivos: Caracterizar a frequência e distribuição de flebotomíneos nas comunidades do PNJ.    Tipo de estudo: Seccional.    Método: Nos períodos maio-junho de 2012 e outubro-novembro de 2013, três dias de capturas de flebótomos foram realizadas das 18 às 6h nos peri e extradomicílios das comunidades do PNJ (5 do rio Unini e 3 do rio Jaú) com 5 armadilhas luminosas CDC (total de 6 capturas por comunidade). Os exemplares foram acondicionados, montados em lâmina e identificados conforme Galati_1995_2003.   Resultados: Um total de 675 flebótomos foram capturados (fêmeas=59,9%; machos=40,1%), dos quais, 661 (97,9%) foram identificados. Todas as comunidades de ambos os rios apresentaram flebótomos, predominando naquelas dos médios rios (64,3%) em relação aos baixos e altos rios Unini ou Jaú (p<0,001). No rio Unini, houve maior captura em peridomícílios (67,7%) e no rio Jaú nos extradomicílios (52,6%) (p=0,004). Nove gêneros foram encontrados: Trichophoromyia (442 ou 66,9%), Psychodopygus (121 ou 18,3%), Nyssomyia (51 ou 7,7%), Lutzomyia (10 ou 1,5%), Psathromyia (16 ou 2,4%), Bichromomyia (10 ou 1,5%), Evandromyia (4 ou 0,6%) , Viannamyia (4 ou 0,6%) , Sciopemyia (3 ou 0,5%) . Trichophoromyias predominaram independente do ano e do mês em relação aos demais gêneros (p<0,001), ocorrendo igualmente no extra (69,9%) e peridomício (64,7%). Nyssomyia e Psychodopygus predominaram no peridomícilio e os demais gêneros no extradomicílio.  Entre os 9 gêneros, 29 diferentes espécies foram identificadas, as mais frequentes: rio Unini - Trichophoromyia octavioi (27,2%), Trichophoromyia ubiquitalis (22,3%), Psychodopygus chagasi (14,9%) e Nyssomyia antunesi (11,3%) e no rio Jaú - Trichophoromyia octavioi (55,5%), Trichophoromyia ubiquitalis (14%). Excluindo Bichromomyia flaviscutellata (encontrada em 1,5%) as demais encontradas não são espécies incriminadas na transmissão da leishmaniose, embora casos ocorram ocasionalmente na área.       Discussão e Conclusões: A grande variedade de espécies em relação à baixa frequência de coletas e número de espécimes coletados, destaca a riqueza da fauna flebotomínica do PNJ. Estudo aprofundado será útil para elucidar a dinâmica da transmissão da leishmaniose na área.

Palavras-chave: Amazonas, flebótomo, Parque Nacional do Jaú



Palavras-chaves:  Amazonas, flebótomo, Parque Nacional do Jaú