PADRÃO ALIMENTAR EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE ZIKA CONGÊNITA |
A adequada alimentação é fator importante para garantir a saúde da criança e determinante na velocidade de crescimento. Diante disso, o estudo tem como objetivo car acterizar o padrão alimentar das crianças com Síndrome de Zika Congênita a partir de um ano de idade. Trata-se de um estudo transversal realizado no Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto, na cidade de Campina Grande/PB. Foi aplicado questionário de frequência de consumo alimentar, dividido em seções, seção das carnes, peixes e ovos, das leguminosas, de arroz e tubérculos, de sopas, de leite e derivados, de vegetais e de frutas, além de uma seção sobre o período do aleitamento materno. Os dados foram obtidos por meio de entrevista com as mães. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em Pesquisa sob nº 62233316.6.0000.5175. Foram avaliadas 86 crianças entre 12 e 44 meses de idade. A média de idade do desmame foi de seis meses, variando entre 0 a 32 meses. De acordo com os grupos alimentares estudados, os alimentos mais consumidos foram, a carne de boi, frequência diária de duas porções, o feijão, consumo diário de 1,8 vezes, a batata inglesa e inhame com uma frequência diária de 1,7 porções, e as verduras e frutas com um o consumo de pelo menos 2 porções por dia. A média de idade do desmame encontrada é preocupante por não seguir a recomendação da Organização Mundial de Saúde, que preconiza o aleitamento materno até dois anos de idade. Estudos têm demonstrado que os benefícios do aleitamento materno perduram por toda a vida como, menor risco de obesidade, dislipidemias, hipertensão arterial, diabetes melito, síndrome metabólica, além de resultados positivos do desenvolvimento neurológico, relevante para essa população. Com relação ao padrão alimentar constata-se uma tendência ao hábito alimentar da família brasileira corroborando com a alimentação apresentada no Guia Alimentar do Ministério da Saúde. No entanto, esse achado não garante que as crianças com Síndrome de Zika Congênita, recebam o aporte adequado de micronutrientes, como vitamina A, ferro, vitamina C, vitaminas do Complexo B, Zinco necessários para combater o aumento e a freqüência de infecções, auxiliar no crescimento e desenvolvimento infantil. Diante destes fatos, investigações envolvendo estudos longitudinais sobre a alimentação nessa população, devem ser estimulados, como forma de identificar fatores de risco e suas implicações sobre o crescimento infantil, enfatizando as repercussões em longo prazo. |