A IMPORTÂNCIA DE MICOSES SISTÊMICAS EM PACIENTES PORTADORES DA SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA ADQUIRIDA.
JOÃO PEREIRA DA SILVA FILHO1, FELIPE MATHEUS NEVES SILVA1, ROSEANE P. MEDEIROS1, JÉSSICA HOFFMANN RELVAS1, ANA LAURA CÔRTES CAIXETA1, JOÃO VITOR BARBOSA BRETAS1
1. CHM - Conjunto Hospitalar do MandaquÍ, 2. CVE/SSP - Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac#
felipe.matheus.neves@hotmail.com

A paracoccidioidomicose é uma micose sistêmica originalmente descrita por Adolfo Lutz em 1908. No Brasil, a maioria dos casos tem ocorrido nas regiões sul, sudeste e centro-oeste. O agente etiológico é um fungo Paracoccidioides brasiliensis , podendo acometer o SNC em sua forma clínica grave. O presente relato de caso tem por objetivo ressaltar a importância do diagnóstico diferencial da paracoccidioidomicose em pacientes portadores da Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida (SIDA), através de dados obtidos em prontuário de um paciente atendido no Conjunto Hospitalar do Mandaqui. A pesquisa de fungos foi realizada por Imunodifusão Dupla (ID). AVF, 33 anos, solteiro, HSH, com quadro de cefaleia persistente há cerca de 6 dias, evoluindo com rebaixamento do nível de consciência na admissão (9 pontos na Escala de Coma de Glasgow), com antecedentes de sífilis tratada (VDRL 1/1) e toxoplasmose ocular há 4 anos, usuário de drogas injetáveis; admitido em UTI com PAM 87, FC 101b.p.m., submetido a intubação oro-traqueal com Ventilação Mecânica, e RM de crânio demonstrando múltiplas lesões expansivas na região núcleo-capsular bilateralmente, com importante desvio de linha média. Foi instituído tratamento com Sulfonamidicos, aventando-se a hipotese de Neurotoxoplasmose e, a introdução de TARV. Entretanto, o paciente evoluiu com febre apesar de discreta regressão de processo expansivo em SNC. Realizou-se TC de Tórax, que demonstrou consolidações bilaterais predominantes em bases e terço médio, com padrão “árvore em brotamento” e “atenuação em vidro fosco”, além de cavitação em ápice direito. Na investigação diagnóstica realizou-se: pesquisa de Paracoccidioides brasiliensis e outros fungos (padrão radiológico e acometimento simultâneo de SNC), pesquisa e cultura de BK no escarro, as quais todas foram negativas. Optou-se por manter Sulfonamídicos e iniciar esquema RIPE, resultando em posterior desaparecimento da febre e gradual recuperação da função cognitiva e motora do paciente, aliado a expressiva regressão de lesão central em tomografia de controle. Reitera-se com este relato de caso a importância de realizarmos diagnósticos diferenciais com doenças fúngicas nos pacientes imunossuprimidos, tendo em vista a necessidade de haver uma assertividade no tratamento em tempo hábil desta vulnerável população.



Palavras-chaves:  Paracoccidioidomicose, SIDA, Diagnóstico Diferencial, HIV-1, Micoses Sistêmicas