ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE DA FAMÍLIA NO CONTROLE DA HANSENÍASE
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Segundo a OMS, doenças infecciosas ou parasitárias endêmicas em populações de baixa renda são intituladas “Doenças Negligenciadas”, dentre as quais encontra-se a Hanseníase, uma doença infectocontagiosa crônica que, frequentemente, gera incapacidades e os doentes são vítimas de estigma e discriminação. Segundo dados do SINAN, no país, a taxa de detecção para hanseníase, 2017, em <15 anos, foi de 8,7/100.000 habitantes, sendo um parâmetro de muito alta endemicidade (5 - 9,9/100.000 hab.), segundo o MS. É importante enfatizar o aumento significativo em relação a 2016, cuja taxa foi de 3,6/100.000 hab. Pernambuco, apresenta parâmetro Hiperendêmico (≥10 /100.000 hab), com taxa de 18,3/100.000 hab, em >15 anos, bem como em relação detecção geral de 54,8/100.000 (>40 /100 mil hab. pop.geral). Em Recife, a taxa de detecção, em <15 anos, foi de 28,3/100.000 e a de detecção geral de 75,1/100.000 hab, ambas classificam o município como Hiperendêmico para Hanseníase. Os indicadores, principalmente os de Recife, tornaram necessário um estudo, com ênfase na operacionalização das medidas de controle da doença, que justificassem os indicadores. Objetivo: analisar a prática de médicos e enfermeiros quanto às ações de controle da hanseníase na USF. O estudo é descritivo com abordagem quantitativa, de corte transversal. O local escolhido foram as USF do DS V, do Recife. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas, aplicadas à 18 enfermeiros e 16 médicos. A análise demonstrou que 97,1% dos profissionais conhecem as ações de controle da hanseníase. Embora, 100% tenham referido que nas USF não ocorrem, há anos, a notificação de casos. Mas suspeitam que haja pessoas doentes, nos territórios. Diante da situação inusitada, surgiu outro ponto importante a ser esclarecido: onde as pessoas estão sendo notificadas e tratadas, que justifiquem os indicadores. O estudo revelou que, apesar dos profissionais conhecerem as medidas de controle, não as executam. Há uma forte possibilidade da evasão, de pessoas com a doença, da área onde moram, ser por conta do estigma e discriminação. |