ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE DA FAMÍLIA NO CONTROLE DA HANSENÍASE
AMANDA MARCELA DOS SANTOS GONÇALVES 1, SARA NUNES DE LYRA 1, YURI MATHEUS BRAGA FERREIRA FIGUEIREDO 1, PAULO DE TARSO VERÍSSIMO FERREIRA 1, ENAIDE ALENCAR VIDAL PIRES NETA1, ELIANE MARIA RIBEIRO DE VASCONCELOS 1, MARIA ILK NUNES DE ALBUQUERQUE 1, MARTA MARIA FRANCISCO 1
1. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
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Segundo a OMS, doenças infecciosas ou parasitárias endêmicas em populações de baixa renda são intituladas “Doenças Negligenciadas”, dentre as quais encontra-se a Hanseníase, uma doença infectocontagiosa crônica que, frequentemente, gera incapacidades e os doentes são vítimas de estigma e discriminação. Segundo dados do SINAN, no país, a taxa de detecção para hanseníase, 2017, em <15 anos, foi de 8,7/100.000 habitantes, sendo um parâmetro de muito alta endemicidade (5 - 9,9/100.000 hab.), segundo o MS. É importante enfatizar o aumento significativo em relação a 2016, cuja taxa foi de 3,6/100.000 hab. Pernambuco, apresenta parâmetro Hiperendêmico (≥10 /100.000 hab), com taxa de 18,3/100.000 hab, em >15 anos, bem como em relação detecção geral de 54,8/100.000 (>40 /100 mil hab. pop.geral). Em Recife, a taxa de detecção, em <15 anos, foi de 28,3/100.000 e a de detecção geral de 75,1/100.000 hab, ambas classificam o município como Hiperendêmico para Hanseníase. Os indicadores, principalmente os de Recife, tornaram necessário  um estudo, com ênfase na operacionalização das medidas de controle da doença, que justificassem os indicadores. Objetivo: analisar a prática de médicos e enfermeiros quanto às ações de controle da hanseníase na USF. O estudo é descritivo com abordagem quantitativa, de corte transversal. O local escolhido foram as USF do DS V, do Recife. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas, aplicadas à 18 enfermeiros e 16 médicos. A análise demonstrou que 97,1% dos profissionais conhecem as ações de controle da hanseníase. Embora, 100% tenham referido que nas USF não ocorrem, há anos, a notificação de casos. Mas suspeitam que haja pessoas doentes, nos territórios. Diante da situação inusitada, surgiu outro ponto importante a ser esclarecido: onde as pessoas estão sendo notificadas e tratadas, que justifiquem os indicadores. O estudo revelou que, apesar dos profissionais conhecerem as medidas de controle, não as executam. Há uma forte possibilidade da evasão, de pessoas com a doença, da área onde moram, ser por conta do estigma e discriminação.



Palavras-chaves:  Hanseníase , Profissionais de Saúde, Saúde da Família