ANÁLISE DESCRITIVA DE INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS E OPERACIONAIS DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO RIO GRANDE DO NORTE, NO PERÍODO DE 2007 A 2017.
XIMENYA GLAUCE DA CUNHA FREIRE LOPES 1, ODETE VICTOR DE AMORIM BARROS1, MARIA DE LIMA ALVES1
1. SESAP-RN - Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte
ximenya_glauce@hotmail.com

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença crônica e sistêmica e, quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos. É causada pelo protozoário Leishmania infantum e transmitida ao homem e demais hospedeiros pela picada do inseto Lutzomyia longipalpis . O monitoramento periódico de dados é importante para avaliar a efetividade das medidas de controle e a progressão da situação epidemiológica da doença. Para analisar os principais indicadores epidemiológicos e operacionais da LV no Rio Grande do Norte, no período de 2007 a 2017, realizou-se um estudo descritivo, de caráter quantitativo, utilizando-se os dados da ficha de investigação de casos de LV, disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Para cálculo dos indicadores e tabulação dos dados, utilizou-se o Tabwin e Excel. Foram analisados 12 indicadores epidemiológicos e operacionais propostos pelo Ministério da Saúde, obtendo-se os seguintes resultados: casos de leishmaniose visceral (807); taxa geral de incidência de casos de LV (2,2); taxa de letalidade por LV (7,11); taxa de letalidade por LV em coinfectados com HIV (10,53); taxa de letalidade por LV na faixa etária menor que 5 anos (6,67); taxa de letalidade por LV na faixa etária de 50 anos ou mais (15,79); número de óbitos por LV (73); proporção de casos de LV com evolução ignorada ou em branco (5,52); proporção de casos de LV confirmados por critério laboratorial (94,2); proporção de casos na faixa etária menor que 5 anos (26,89); proporção de casos na faixa etária de 50 anos ou mais (12,14) e; proporção de casos de LV que evoluíram para cura clínica (77,85). Observou-se tendência de diminuição no número de casos e incidência de LV e de aumento na taxa de letalidade pela doença, principalmente entre coinfectados com HIV, que pode ser reflexo da fragilidade na assistência ao paciente. O aumento na proporção de casos de LV com evolução ignorada ou em branco também pode estar influenciando os resultados da proporção de casos de LV que evoluíram para cura. A proporção de casos em indivíduos com 50 anos ou mais tem aumentado, podendo indicar o acometimento de indivíduos com baixa imunidade ou presença de comorbidades. Enfim, a análise dos indicadores revela que é preciso intensificar as ações de vigilância e controle da LV no Rio Grande do Norte, a fim de reduzir a incidência e letalidade pela doença. Além disso, é preciso melhorar a qualidade da informação que servirá de subsídio para a tomada de decisão.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Indicadores, Leishmaniose Visceral, Monitoramento, Rio Grande do Norte