OCORRÊNCIA DE FLEBOTOMÍNEOS (DIPTERA: PSYCHODIDAE) NA REGIÃO DE VÃO DAS ALMAS EM CAVALCANTE, GOIÁS
CRISTIANO GOMES NOGUEIRA1, GUSTAVO HENRIQUE LEIN1, NARA GONÇALVES COSTA1, BELCHIOR ALVES CIRINO1, ALEXANDRE AZEVEDO DE ARAÚJO1, BRUNO PEREIRA DOS SANTOS1, CARMECI NATALINA ELIAS1, JUDSON REGOZINO DA SILVA1
1. LACEN/SES-GO - Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros, Seção de Entomologia
gustavohlein@yahoo.com.br

Os flebotomíneos possuem diversas espécies e muitas delas são potenciais vetores das leishmanioses, que vem se tornando um importante problema de saúde pública, com altos índices de morbidade e mortalidade, prevalentes em países tropicais e subtropicais sendo responsáveis por milhões de casos em todo o mundo. Este estudo objetivou conhecer as espécies de flebotomíneos na região de Cavalcante, Goiás, em virtude de caso humano suspeito e casos caninos de leishmaniose visceral (LV) notificado pela vigilância epidemiológica. As capturas foram realizadas em noites consecutivas com 52 armadilhas luminosas tipo CDC, em 6 localidades rurais no período de 02-07/10/2017, instaladas do anoitecer (18 h) ao amanhecer (7 h), no intradomicílio e ecótopos no peridomicílio. A triagem foi realizada logo após a retirada das armadilhas, e posterior montagem e identificação das espécies na seção de entomologia do LACEN-GO. Foram capturados 2.463 exemplares pertencentes a cinco espécies e três gêneros, a maioria (98,1%) representada por Lutzomyia longipalpis (1.795 machos, 622 fêmeas), seguida por Nyssomyia whitmani (25♂, 10♀), Evandromyia lenti (02♂, 02♀), Ev. termitophila (02♀), Ev. carmelinoi (01♂, 05♀). L. longipalpis foi a espécie mais abundante capturada tanto no intradomicílio com 36% dos exemplares, como no peridomicílio (64%), ocorrendo em quase todos os ecótopos amostrados, sendo mais frequente em galinheiro (40,0%) e chiqueiro (13,7%). Seguida por N. whitmani com 0,3% no intra e 1,1% no peridomicílio, sendo 0,7% em galinheiro e 0,3% em chiqueiro. A alta frequência e abundância de L. longipalpis , principal vetor de LV, é explicada por ser uma espécie de conhecida antropofilia e capacidade de adaptação a ambientes domiciliares. Além disso, fatores como a criação e presença de animais domésticos, frequentes nos domicílios da região, associado ao manejo inadequado de resíduos, resultam no acúmulo de matéria orgânica, favorecendo a presença destes vetores. Este estudo revelou a presença das principais espécies potenciais vetores das leishmanioses, e a predominância L. longipalpis sugere uma prevalente atuação na epidemiologia da LV e risco de transmissão vetorial na região estudada.



Palavras-chaves:  Ecologia de vetores, Leishmaniose visceral, Lutzomyia longipalpis