OCORRÊNCIA DE FLEBOTOMÍNEOS (DIPTERA: PSYCHODIDAE) NA REGIÃO DE VÃO DAS ALMAS EM CAVALCANTE, GOIÁS |
Os flebotomíneos possuem diversas espécies e muitas delas são potenciais vetores das leishmanioses, que vem se tornando um importante problema de saúde pública, com altos índices de morbidade e mortalidade, prevalentes em países tropicais e subtropicais sendo responsáveis por milhões de casos em todo o mundo. Este estudo objetivou conhecer as espécies de flebotomíneos na região de Cavalcante, Goiás, em virtude de caso humano suspeito e casos caninos de leishmaniose visceral (LV) notificado pela vigilância epidemiológica. As capturas foram realizadas em noites consecutivas com 52 armadilhas luminosas tipo CDC, em 6 localidades rurais no período de 02-07/10/2017, instaladas do anoitecer (18 h) ao amanhecer (7 h), no intradomicílio e ecótopos no peridomicílio. A triagem foi realizada logo após a retirada das armadilhas, e posterior montagem e identificação das espécies na seção de entomologia do LACEN-GO. Foram capturados 2.463 exemplares pertencentes a cinco espécies e três gêneros, a maioria (98,1%) representada por Lutzomyia longipalpis (1.795 machos, 622 fêmeas), seguida por Nyssomyia whitmani (25♂, 10♀), Evandromyia lenti (02♂, 02♀), Ev. termitophila (02♀), Ev. carmelinoi (01♂, 05♀). L. longipalpis foi a espécie mais abundante capturada tanto no intradomicílio com 36% dos exemplares, como no peridomicílio (64%), ocorrendo em quase todos os ecótopos amostrados, sendo mais frequente em galinheiro (40,0%) e chiqueiro (13,7%). Seguida por N. whitmani com 0,3% no intra e 1,1% no peridomicílio, sendo 0,7% em galinheiro e 0,3% em chiqueiro. A alta frequência e abundância de L. longipalpis , principal vetor de LV, é explicada por ser uma espécie de conhecida antropofilia e capacidade de adaptação a ambientes domiciliares. Além disso, fatores como a criação e presença de animais domésticos, frequentes nos domicílios da região, associado ao manejo inadequado de resíduos, resultam no acúmulo de matéria orgânica, favorecendo a presença destes vetores. Este estudo revelou a presença das principais espécies potenciais vetores das leishmanioses, e a predominância L. longipalpis sugere uma prevalente atuação na epidemiologia da LV e risco de transmissão vetorial na região estudada. |