MOBIMORTALIDADE POR ACIDENTES ESCORPIÔNICOS EM PERNAMBUCO ENTRE OS ANOS DE 2012 E 2016
JOSÉ RICARDO BARACHO DOS SANTOS JÚNIOR1, JOAQUIM LUIZ CRATEU GRANJA 1, CAMILLA ALVES PACAS DE OLIVEIRA1, EDUARDA CESAR JOLKESKY1, FRANCISCO EWERTON DOS SANTOS SOBREIRA1, RAFAELLA CARDOSO GONZALEZ1, ANA LUISA LOPES CALLOU VERAS1, ANDRÉ MENDONÇA COSTA GADELHA XAVIER1, RENATA GABRIELA VALENÇA MONTE DE MATTOS MELO1, THALES WILLYS NASCIMENTO GOMES1, MARIA EDUARDA DIAS CAVALCANTI SANTOS1, JÚLIA CALINA RODRIGUES GUEDES SANTOS 1, CAROLYNNE LOPES DE ASSIS1, MARIA DA CONCEIÇÃO BARACHO DE MELO1, CAMILA PEREIRA XAIVER1, JÉSSICA CORDEIRO DO AMARAL FIRMINO1
1. UNINASSAU - Centro universitário Maurício de Nassau, 2. HAS - Hospital Albert Sabin
Joaquimgran@hotmail.com

O escorpião faz parte do grupo de animais peçonhentos, ou seja, ele tem capacidade de inocular veneno em sua presa. Esse aracnídeo, que faz parte do filo Arthropoda, tem hábitos noturnos e, geralmente, são encontrados em ambientes úmidos e discretos. Os escorpiões mais encontrados no Nordeste são o Tityus stigmurus, serrulatus e bahiensis . Sendo o T. serrulatus com maior nocividade e o T. stigmurus o mais envolvido em acidentes e menos nocivo. O objetivo do trabalho é investigar o panorama epidemiológico e mortalidade por acidentes com escorpião em Pernambuco entre os anos de 2012 e 2016. Foi realizado um estudo transversal, descritivo, quantitativo com dados secundários provenientes do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). As variáveis analisadas foram: ano do acidente, município do acidente, faixa etária, sexo e desfecho. As notificações cujos dados estavam em branco ou ignorado foram excluídos da pesquisa. 37.430 casos notificados de acidentes com escorpião em Pernambuco entre os anos de 2012 e 2016 foram inclusos na pesquisa. Houve um acréscimo de 77,1% do número de casos de acidentes por esse animal no estado, quando comparado o número de casos de 2012 e 2016. Os municípios com maior quantidade de casos foi o Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Vitória de Santo Antão, com, respectivamente, 9.062, 2.809, 1.993 e 1.852 acidentes escorpiônicos. As mulheres foram mais acometidas do que os homens, com 59,9% dos acidentes. Crianças e adolescentes somaram 34,6% da quantidade total de casos de acidentes escorpiônicos, enquanto que os idosos corresponderam a 12,3% dos casos e os jovens adultos a 53,1%. A mortalidade por acidentes escorpiônicos registrados nos cinco anos estudados foi baixa, em torno de 0,1%, sendo relatadas apenas 34 mortes. Desses, 10 casos de mortes foram registradas em crianças e adolescentes, 22 em jovens adultos e 1 em idoso com 65 anos ou mais. O elevado número de casos de acidentes escorpiônicos revela que Pernambuco é uma região endêmica. Fatores como a falta de educação ambiental e processo de urbanização têm influenciado no aumento do número de acidentes. A baixa mortalidade é fruto das características do T. stigmurus , espécie responsável por maior parte dos acidentes, e por uma eficiente rede de atenção voltada aos acidentes escorpiônicos. Porém, se faz necessário políticas públicas voltadas para a redução do número de acidentes.



Palavras-chaves:  Acidentes, Epidemiologia, Picadas de Escorpião