MOBIMORTALIDADE DA TUBERCULOSE PULMONAR EM PACIENTES DIABÉTICOS NO ESTADO DE PERNAMBUCO ENTRE OS ANOS DE 2008 E 2017
JOSÉ RICARDO BARACHO DOS SANTOS JÚNIOR1, JOAQUIM LUIZ CRATEU GRANJA 1, EDUARDA CESAR JOLKESKY1, CAMILLA ALVES PACAS DE OLIVEIRA 1, FRANCISCO EWERTON DOS SANTOS SOBREIRA1, JÚLIA CALINA RODRIGUES GUEDES SANTOS 1, THALES WILLYS NASCIMENTO GOMES1, ANA LUISA LOPES CALLOU VERAS1, RENATA GABRIELA VALENÇA MONTE DE MATTOS MELO 1, ANDRÉ MENDONÇA COSTA GADELHA XAVIER1, RAFAELLA CARDOSO GONZALEZ1, MARIA DA CONCEIÇÃO BARACHO DE MELO1
1. UNINASSAU - Centro universitário Maurício de Nassau, 2. HAS - Hospital Albert Sabin
joaquimgran@hotmail.com

A diabetes mellitus (DM) é uma doença endócrino-metabólica com alta prevalência no mundo. Essa doença é responsável por inúmeras alterações no organismo humano, provocando graves complicações, como a neuropatia e nefropatia diabética. Um dos principais sistemas acometido pela DM é o sistema imunológico, levando a uma imunossupressão nesses indivíduos e predispondo o aparecimento de infecções, como a tuberculose (TB). Este trabalho tem como objetivo avaliar a mobimortalidade da TB em pacientes com diagnóstico de DM no estado de Pernambuco entre os anos de 2008 e 2017 através de um estudo transversal, descritivo, quantitativo, com base no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do DATASUS. As variáveis utilizadas na pesquisa foram: Ano de diagnóstico, estado de residência, forma da TB, sexo, faixa etária e desfecho. Foram excluídos todos os casos cujas variáveis estivessem em branco ou ignoradas. O número de casos de tuberculose em diabéticos variou entre os anos de 2008 e 2017, chegando ao menor número de casos em 2009, com 296, e ao maior em 2016, com 408. Maior parte dos 3.489 casos estudados foi no sexo masculino (63,9%). A faixa etária mais acometida foi dos 40 aos 59 anos, com, aproximadamente, 52,4% dos casos registrados em todas as faixas etárias. Os idosos com 65 anos ou mais somaram 19,6%, enquanto que os menores de 20 anos corresponderam a 1,5%. Quanto ao desfecho, a mortalidade por tuberculose em pacientes diabéticos foi de 7,01%, enquanto que no tuberculoso não diabético é de 4,0%. A taxa de abandono do tratamento do diabético com tuberculose foi de 8,8% e a taxa de cura, 66,6%. Transferências, óbitos por outras causas, mudança de esquema, dentre outros desfechos, corresponderam a 17,5%. Houve uma piora da taxa de cura desses pacientes, pois no ano de 2008 era de 66,6% e em 2017 essa taxa passou para 56,4%. As mulheres tiveram uma maior taxa de abandono do tratamento quando comparado aos homens, com, respectivamente, 9,4% e 8,4%. Porém, a diferença entre a taxa média de óbitos entre os sexos não foi estatisticamente relevante, já que os homens apresentaram uma mortalidade de 7,1%, enquanto que nas mulheres foi de 7,0%. A porcentagem de cura média da tuberculose em mulheres foi de 68,7% e nos homens, 65,5% nos 10 anos estudados. Os achados encontrados no trabalho reforçam a ideia de que a diabetes agrava o quadro da tuberculose, provocando assim uma maior mobimortalidade.



Palavras-chaves:  Diabetes Mellitus, Epidemiologia, Tuberculose