MOBIMORTALIDADE DA TUBERCULOSE PULMONAR EM PACIENTES DIABÉTICOS NO ESTADO DE PERNAMBUCO ENTRE OS ANOS DE 2008 E 2017 |
A diabetes mellitus (DM) é uma doença endócrino-metabólica com alta prevalência no mundo. Essa doença é responsável por inúmeras alterações no organismo humano, provocando graves complicações, como a neuropatia e nefropatia diabética. Um dos principais sistemas acometido pela DM é o sistema imunológico, levando a uma imunossupressão nesses indivíduos e predispondo o aparecimento de infecções, como a tuberculose (TB). Este trabalho tem como objetivo avaliar a mobimortalidade da TB em pacientes com diagnóstico de DM no estado de Pernambuco entre os anos de 2008 e 2017 através de um estudo transversal, descritivo, quantitativo, com base no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do DATASUS. As variáveis utilizadas na pesquisa foram: Ano de diagnóstico, estado de residência, forma da TB, sexo, faixa etária e desfecho. Foram excluídos todos os casos cujas variáveis estivessem em branco ou ignoradas. O número de casos de tuberculose em diabéticos variou entre os anos de 2008 e 2017, chegando ao menor número de casos em 2009, com 296, e ao maior em 2016, com 408. Maior parte dos 3.489 casos estudados foi no sexo masculino (63,9%). A faixa etária mais acometida foi dos 40 aos 59 anos, com, aproximadamente, 52,4% dos casos registrados em todas as faixas etárias. Os idosos com 65 anos ou mais somaram 19,6%, enquanto que os menores de 20 anos corresponderam a 1,5%. Quanto ao desfecho, a mortalidade por tuberculose em pacientes diabéticos foi de 7,01%, enquanto que no tuberculoso não diabético é de 4,0%. A taxa de abandono do tratamento do diabético com tuberculose foi de 8,8% e a taxa de cura, 66,6%. Transferências, óbitos por outras causas, mudança de esquema, dentre outros desfechos, corresponderam a 17,5%. Houve uma piora da taxa de cura desses pacientes, pois no ano de 2008 era de 66,6% e em 2017 essa taxa passou para 56,4%. As mulheres tiveram uma maior taxa de abandono do tratamento quando comparado aos homens, com, respectivamente, 9,4% e 8,4%. Porém, a diferença entre a taxa média de óbitos entre os sexos não foi estatisticamente relevante, já que os homens apresentaram uma mortalidade de 7,1%, enquanto que nas mulheres foi de 7,0%. A porcentagem de cura média da tuberculose em mulheres foi de 68,7% e nos homens, 65,5% nos 10 anos estudados. Os achados encontrados no trabalho reforçam a ideia de que a diabetes agrava o quadro da tuberculose, provocando assim uma maior mobimortalidade. |