ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO E LOCALIZAÇÃO DE SUBPOPULAÇÕES LINFOCITÁRIAS E DA EXPRESSÃO DE MOLÉCULAS DE MATRIZ EXTRACELULAR NO BAÇO DE CAMUNDONGOS DESNUTRIDOS E INFECTADOS COM LEISHMANIA INFANTUM
RENATA AZEVEDO DO NASCIMENTO ¹, JONATHAN DURÃES ¹, PATRICIA CUERVO ESCOBAR ¹, FERNANDA NAZARÉ MORGADO¹, ADRIANA UMANÃ PEREZ¹, RENATO PORROZZI DE ALMEIDA ¹, MÔNICA LOSADA BARRAGAN ¹
1. FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz , 2. GRUPO DE INVESTIGAÇÃO EM HORMONAS - Universidade Nacional de Colômbia
r.a.n@hotmail.com.br

A desnutrição proteica é considerada um fator de risco primário para o desenvolvimento da leishmaniose visceral (LV). Nosso grupo demonstrou que a desnutrição afeta drasticamente a percentagem de populações de linfócitos T, a microarquitetura e a resposta imune no baço de animais infectados. Contudo, não é conhecido como essas alterações afetam a distribuição e localização de linfócitos T e B no órgão nem as moléculas envolvidas na desorganização do microambiente esplênico. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é determinar os efeitos da desnutrição proteica na microarquitetura esplênica e na distribuição e localização de subgrupos de linfócitos no baço de camundongos BALB/c infectados com L. infantum . Observamos uma significativa desorganização da microarquitetura esplênica em camundongos desnutridos definida por uma redução no número de folículos linfoides e estruturas foliculares indistinguíveis das áreas de polpa vermelha e células T. Essa desorganização foi ainda mais acentuada em animais desnutridos e infectados. Para avaliar se tal desorganização pode estar associada a alterações na expressão de moléculas da matriz extracelular (MEC) e como essas alterações podem influenciar a distribuição das populações de linfócitos no órgão, decidimos medir componentes específicos da MEC e analisar a distribuição das células T e B. Laminina, fibronectina e metalopeptidase-10 foram quantificadas no baço de animais desnutridos e infectados e também de animais controle. Análises imuno-histoquímicas revelaram um aumento na expressão de laminina e fibronectina em animais desnutridos e infectados quando comparados a camundongos controle, sugerindo que a desnutrição tem um papel significativo na desorganização da polpa branca esplênica, mediada por alterações da MEC.