A VIOLÊNCIA EM UM DISTRITO SANITÁRIO DA CIDADE DO RECIFE NO ANO DE 2017: UMA CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA |
Os agravos externos, grupo no qual estão inseridas as diversas formas de violência, representam parcela substancial das notificações recebidas por serviços de vigilância epidemiológica, figurando entre uma das principais causas de mortes no contexto brasileiro. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a violência pode ser definida como “uso da força física ou do poder real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha qualquer possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”. Este estudo objetivou caracterizar o perfil epidemiológico da violência no Distrito Sanitário IV da cidade do Recife no ano de 2017. Trata-se de um estudo descritivo, onde foram analisadas informações coletadas junto à Diretoria Executiva de Vigilância à Saúde da Secretaria de Saúde do Recife, registradas no banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Em 2017, o DS IV registrou 498 notificações de violência, sendo o bairro dos Torrões o detentor da maioria dos casos (25,1%). Houve predominância de vítimas do sexo feminino, raça parda e faixa etária de 10 a 19 anos, sendo o local de maior ocorrência a residência. Com relação ao agressor, destacou-se a ação das mães, seguida pela própria pessoa (lesão autoprovocada) e pelos cônjuges. É importante destacar que, do total de notificações, 81 casos foram de tentativas de suicídio (16,3%). Diante disso, conclui-se que é de extrema relevância a notificação em tempo oportuno e a atuação conjunta da Vigilância Epidemiológica e da Atenção em Saúde Mental, uma vez que, de posse da informação, os profissionais de saúde poderão ter condições de impedir que a tentativa ocorra novamente, prevenindo assim a ocorrência do suicídio. |