OS PRIMEIROS PASSOS DA PROFILAXIA POS EXPOSIÇÃO AO HIV NA PARAÍBA: O OLHAR DO NUCLEO HOSPITALAR DE EPIDEMIOLOGIA
ALECSANDRA BEZERRA MONTEIRO DE OLIVEIRA 1, HILDA MARIA MEIRELES GOUVEIA1, JULIA EMILIA VAZ SETTE CAMARA1, EMANUELLE ANASTACIO CARVALHO1, RENATA FIGUEREDO FIGUEREDO RAMALHO1, ANDREW MAX VIEIRA DE ANDRADE1
1. CHCF - Complexo Hospitalar Clementino Fraga
alecs_enfer@hotmail.com

Em 2010 foi preconizado o uso de medicamentos antirretrovirais como mais uma forma de prevenção contra o HIV. A Profilaxia pós-exposição (PEP) se insere no âmbito da prevenção combinada e consiste na prescrição desses medicamentos em até 72 horas da exposição no intuito de garantir a prevenção da infecção pelo HIV. O Núcleo Hospitalar de Vigilância Epidemiológica do Complexo Hospitalar Clementino Fraga (CHCF) passou a notificar os casos de exposição sexual atendidos pelo pronto atendimento desde agosto de 2015, quando identificou um aumento na demanda de atendimento do serviço para estes casos. Neste ínterim, o objetivo deste trabalho foi traçar o perfil da população exposta ao HIV de agosto de 2015 a dezembro de 2017 atendimentos no CHCF, portanto, trata-se de um estudo descritivo exploratório. O caminho metodológico traçado foi norteado inicialmente pelo Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM) da farmácia ambulatorial, seguido por busca passiva de registro institucional para levantamento dos dados sociais, fatores de exposição, entre outros. Para facilitar a organização das informações coletadas foi criado um formulário e consolidado em excel 2013 para tabulação e análise. Durante o período em estudo foram atendidos 1.124 pacientes, sendo que 888 (79,0%) do sexo masculino, e 236 (21%) do sexo feminino. A faixa etária predominante foi entre 20 a 30 anos com 606 casos e um percentual de 53,9%. O recorte populacional deste grupo teve 795 (70,7%) como denominado população em geral, 180 (16,0%) profissional do sexo, 102 (9,1%) caminhoneiro, 46 (4,1 %) homens que fazem sexo com homens e 1(0,1%) usuário de droga injetável. A PEP foi ofertada para 986 (87,7%) dos casos, sendo que 138 (12,3%) não tiveram indicação ao tratamento. O estudo revelou a importância da atuação da vigilância epidemiológica no acompanhamento dos casos de exposição ao HIV e outras IST para o fortalecimento das ações de prevenção capazes de incentivar o uso do preservativo e outros mecanismos de barreira para redução do risco a infecção nas práticas sexuais inseguras além de mostrar-se uma ferramenta para tomada de decisão da política de DST/AIDS no estado da Paraíba. Alcançar a população vulnerável para a oferta de teste rápido constitui uma prioridade na garantia do diagnóstico precoce e oferta do tratamento em momento oportuno utilizando o protocolo da PEP como coadjuvante na redução do risco a infecção pelo HIV.



Palavras-chaves:  HIV, exposição, profilaxia