TUBERCULOSE EM PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE NAS UNIDADES PRISIONAIS DA CAPITAL DA PARAÍBA
ALECSANDRA BEZERRA MONTEIRO DE OLIVEIRA 1, DANIELLE CARMEM PORTO LUCENA1, DANIEL DE ARAUJO BATISTA1, RENATA PEREIRA COSTA DE LIMA1, MARTHA HELENA CÉSAR 1, RENATA RABELO PEREIRA1, FLÁVIA SÍLVIA CASTELO BRANCO LEITE1
1. SMS JP - Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa
alecs_enfer@hotmail.com

O programa nacional de tuberculose vem se preocupando com a alta incidência de tuberculose em Pessoas Privadas de Liberdade (PPL), em 2017 dos 69 mil casos novos de tuberculose em todo o país, 10,5% ocorreram nessa população. O risco da infecção por tuberculose nas unidades prisionais é 28 vezes maior do que na população geral. O referido estudo teve por objetivo traçar o perfil epidemiológico dos casos de tuberculose notificados em unidades prisionais do município de João Pessoa. Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, baseado no coorte de casos de tuberculose notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2017, em 08 unidades prisionais do município de João Pessoa-PB. Neste período, foram notificados 3.852 casos novos de tuberculose na população geral do município de João Pessoa, dos quais 680 (17,65%) foram em PPL, com média anual de 85 casos notificados nesta população. O sexo masculino apresentou 655 casos correspondendo a 96,32% dos casos notificados em PPL no período em análise. A faixa etária de 25 a 34 anos representou 46,18% dos casos. A forma pulmonar foi predominante com 644 (94,71%), sendo 473 (73,44%) casos apresentaram baciloscopia de escarro positiva. Quanto ao teste rápido para HIV tiveram resultado negativo 547(87, 35%) enquanto que 47 (6,91%), foram positivos, 86 (12,64%) não realizaram o teste, e 45 (6,61%) já apresentavam diagnóstico prévio de AIDS. Referente a situação de encerramento 427 (62,79%) evoluíram para cura, 99 (14,55%) abandonaram o tratamento, 95 (13,97) foram transferidos e 17 casos foram a óbito, sendo 10 (1,47%) casos de óbitos por tuberculose, e 7(1,02%) óbitos por outras causas. Foi identificado 7(1,02%) casos de tuberculose multirresistente. Neste contexto reafirmamos sobre a importância de medidas estratégicas e de controle para promover a redução da carga da tuberculose nas unidades prisionais, já que esta condição pode também  influenciar na infecção da população geral, pois embora sobre cárcere estes indivíduos recebem visitas de familiares, e tem contato direto com os profissionais que atuam nos presídios, tanto da área de saúde como da área de segurança pública perpassando do âmbito prisional a comunidade. A união dos gestores, sociedade civil organizada, e demais órgãos pode ser fundamental para reverter este panorama.



Palavras-chaves:  tuberculose, população privada de liberdade, unidades prisionais