TUBERCULOSE EM PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE NAS UNIDADES PRISIONAIS DA CAPITAL DA PARAÍBA |
O programa nacional de tuberculose vem se preocupando com a alta incidência de tuberculose em Pessoas Privadas de Liberdade (PPL), em 2017 dos 69 mil casos novos de tuberculose em todo o país, 10,5% ocorreram nessa população. O risco da infecção por tuberculose nas unidades prisionais é 28 vezes maior do que na população geral. O referido estudo teve por objetivo traçar o perfil epidemiológico dos casos de tuberculose notificados em unidades prisionais do município de João Pessoa. Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, baseado no coorte de casos de tuberculose notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2017, em 08 unidades prisionais do município de João Pessoa-PB. Neste período, foram notificados 3.852 casos novos de tuberculose na população geral do município de João Pessoa, dos quais 680 (17,65%) foram em PPL, com média anual de 85 casos notificados nesta população. O sexo masculino apresentou 655 casos correspondendo a 96,32% dos casos notificados em PPL no período em análise. A faixa etária de 25 a 34 anos representou 46,18% dos casos. A forma pulmonar foi predominante com 644 (94,71%), sendo 473 (73,44%) casos apresentaram baciloscopia de escarro positiva. Quanto ao teste rápido para HIV tiveram resultado negativo 547(87, 35%) enquanto que 47 (6,91%), foram positivos, 86 (12,64%) não realizaram o teste, e 45 (6,61%) já apresentavam diagnóstico prévio de AIDS. Referente a situação de encerramento 427 (62,79%) evoluíram para cura, 99 (14,55%) abandonaram o tratamento, 95 (13,97) foram transferidos e 17 casos foram a óbito, sendo 10 (1,47%) casos de óbitos por tuberculose, e 7(1,02%) óbitos por outras causas. Foi identificado 7(1,02%) casos de tuberculose multirresistente. Neste contexto reafirmamos sobre a importância de medidas estratégicas e de controle para promover a redução da carga da tuberculose nas unidades prisionais, já que esta condição pode também influenciar na infecção da população geral, pois embora sobre cárcere estes indivíduos recebem visitas de familiares, e tem contato direto com os profissionais que atuam nos presídios, tanto da área de saúde como da área de segurança pública perpassando do âmbito prisional a comunidade. A união dos gestores, sociedade civil organizada, e demais órgãos pode ser fundamental para reverter este panorama. |