AVALIAÇÃO DA EXACERBAÇÃO DA INFECÇÃO PELO VÍRUS MAYARO PELA IMUNIDADE PREEXISTENTE A ALPHAVIRUS EM HAMSTERS (MESOCRICETUS AURATUS)
FERNANDA MONIK SILVA MARTINS^2,1, ÉRIKA DAYANE LEAL RODRIGUES^2,1, JULIANA ABREU LIMA^2,1, ALANA WATANABE DE SOUSA^2,1, ALEXANDRE DO ROSÁRIO CASSEB^2,1, FRANKO DE ARRUDA E SILVA^2,1, LILIANE LEAL CHAGAS^2,1, ADRIANA FREITAS^2,1, MARIA HELENA RODRIGUES DE MENDONÇA^2,1, JANNIFER OLIVEIRA CHIANG^2,1, LIVIA MEDEIROS NEVES CASSEB^2,1
1. IEC - INSTITUTO EVANDRO CHAGAS, 2. UFRA - UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
liviacasseb@iec.pa.gov.br

Os vírus Mayaro e Chikungunya pertencem à mesma família (Togaviridae), gênero (Alphavirus) e apresentam sintomatologia semelhante (febre e dores nas articulações). Além disso, supostamente a infecção de um pode se sobrepor a infecção do outro através do mecanismo da exacerbação da infecção viral, o qual se utiliza de anticorpos preexistentes de infecção anterior de vírus semelhante, como observado com o Dengue. O objetivo deste estudo foi verificar a exacerbação do vírus Mayaro diante de imunoglobulinas G preexistentes de infecção anterior pelo vírus Chikungunya em hamsters ( Mesocricetus auratus ). Para tanto, foram utilizados três grupos experimentais, composto por 21 animais cada, os quais são: (I) controle MAYV, inoculação via intraperitoneal com 0,02mL de soro controle negativo para Alphavirus e, logo em seguida, via subcutânea com 0,2mL de sobrenadante de células Vero infectadas com MAYV (1x10 ⁵ PFU); (II) ADECHIKV/MAYV, inoculados via intraperitoneal com 0,02mL de soro humano IgG positivo para MAYV e, logo em seguida, inoculado via subcutânea com 0,2mL de sobrenadante de células Vero infectadas com  o MAYV(1x10 ⁵ PFU); (III) controle negativo, inoculado via intraperitoneal com 0,2mL de tampão fosfato-salino estéril. Dois animais de cada grupo foram avaliados clinicamente e eutanasiados nas 12, 24 horas, no 2º, 4º, 6º, 8º, 10º, 12º e 14º dias pós-inoculação, com coleta de sangue, soro, urina, cérebro, coração, pulmão, fígado, rins, baço e articulações. O soro foi avaliado através dos testes bioquímicos de creatinina, fosfatase alcalina, gama GT, glicose, ureia, TGO e TGP. No 4º dpi observam-se as maiores alterações, sendo mais acentuada a fosfatase alcalina e gama GT evidenciando alterações nos ossos e, principalmente, no fígado com aumento exacerbado em relação ao controle positivo. Esta alteração sugere a exacerbação da doença em torno da função hepática do animal observado no 4º dia de infecção, pois a fosfatase alcalina alterada pode estar relacionada a doenças ósseas e hepáticas, e gama GT, a doenças hepáticas. As sintomatologias exacerbadas da infecção do vírus Mayaro pela imunidade preexistente a Chikungunya estão relacionadas à alteração na função hepática causada por esses vírus.