CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DOS ACIDENTES ESCORPIÔNICOS EM SERGIPE
WESLLEY MEDEIROS GOIS 1, SAMUEL LUCAS CALMON RODRIGUES1, KAROLINE ALVES DE ALMEIDA1, CLARISSA TEIXEIRA DOS SANTOS1, ERIKA DE LIMA VASCONCELOS1, AÉCIO LINDENBERG FIGUEIREDO NASCIMENTO1, AMANDA FERREIRA BARBOSA 1, ESTER BENCZ1, MÁRCIO CARNEIRO DE LIMA1, LÚCIO FLÁVIO FERNANDES DE O. JÚNIOR1, VANESSA OLIVEIRA AMORIM1, MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA GÓES1
1. UFS - Universidade Federal de Sergipe, campus Lagarto
weslleymedeiros-15-gois@hotmail.com

O escorpião é um artrópode, pertencente ao filo Arthropoda, classe Arachnida e ordem Scorpiones. Ele inocula o veneno a partir de seu ferrão, localizado na extremidade de sua cauda. A sua picada pode causar um quadro de envenenamento humano que pode ser potencialmente grave em extremos de faixa etária. Nesse contexto, os acidentes escorpiônicos têm um importante impacto para a saúde pública brasileira, pois, somente em 2009, foram notificados 45.721 acidentes no Brasil. Nessa perspectiva, esse trabalho tem como objetivo avaliar as características epidemiológicas dos acidentes escorpiônicos no estado de Sergipe. Trata-se de um estudo observacional descritivo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação dos casos notificados de Acidente por escorpiões no estado de Sergipe no ano de 2017, analisando variáveis sociodemográficos (faixa etária, sexo, local de residência) e aspectos clínicos (local da picada e manifestações clínicas). Assim, foram contabilizados 2085 acidentes por animais peçonhentos, na qual os acidentes escorpiônicos contribuíram com 78,66% (1640) dos casos. Desse total, 65,5% ocorreram entre 20 a 59 anos e 47,44% no feminino. Quanto à gravidade, 88,9% dos casos foram considerados leves. A zona urbana tem a maior incidência (84,94%). O maior número de picadas ocorreu nas mãos, pés e dedos (62,25%). A maioria dos acidentes apresentaram manifestações locais (90,55%), podendo-se citar, dentre elas, a dor (86,95%), o edema (24,94%) e a equimose (0,97%). Somente 1,89% apresentaram manifestações sistêmicas. Houve uma baixa utilização da soroterapia (5,91%). Registrou-se somente 1 óbito. Assim, o problema abordado é de bastante relevância no estado de Sergipe, devido ao grande número de casos relatados, 207 a mais em relação ao ano anterior. Dessa forma, nota-se que as medidas de controle são ineficazes. O menor número de acidentes ocorre nas extremidades da faixa etária, contribuindo para que a maioria seja de baixa gravidade. As mulheres são as maiores vítimas, talvez devido ao trabalho doméstico que proporciona o maior contato com pilhas de madeira e outros locais onde os escorpiões se encontram. A maior ocorrência de picadas ocorre no meio urbano, podendo ser explicado pela crescente urbanização e falta de saneamento básico. Dessa forma, as informações deste estudo servem de alerta para que sejam tomadas medidas de controle de maior eficácia para toda a população, com grande enfoque, também, nos dados epidemiológicos.



Palavras-chaves:  Animais peçonhentos, Epidemiologia, Escorpiões