DESCORTINANDO O CENÁRIO DO HIV/AIDS NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA: A EXPERIENCIA DE UMA PESQUISA-INTERVENÇÃO EM UM SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA ESPECIALIZADA MATERNO-INFANTIL
DANIELLE CARMEM PORTO LUCENA 1, DANIEL DE ARAUJO BATISTA1, ALECSANDRA BEZERRA MONTEIRO DE OLIVEIRA1, RENATA PEREIRA COSTA DE LIMA1, RENATA RABELO PEREIRA1, FLAVIA SILVIA CASTO BRANCO LEITE1
1. SMS JP - Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa
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A confidencialidade e o respeito à privacidade são preceitos ético-morais tradicionais das profissões de saúde em virtude do exercício da atividade laboral, especialmente no tocante a HIV/AIDS. Neste viés, ronda historicamente a subnotificação do HIV/AIDS, embora compulsória e prevista em lei para fins de saúde pública. Nesse ínterim, dentre outros objetivos principais, os Serviços de Assistência Especializada - SAE para DST /AIDS, assumiram também o papel da notificação e resgate da informação visto que o olhar da vigilância epidemiológica nasce no primeiro contato profissional-paciente. Em 2002 o SAE Materno- Infantil do Hospital Universitário Lauro Wanderley deu início a suas atividades voltado para a atendimento das Gestante HIV+, criança exposta ao HIV e AIDS em menor de 13 anos. Porém, os dados oriundos do sistema de informação de agravo de notificação - SINAN do referido serviço não traduziam a realidade dos atendimentos prestados, produzindo uma informação frágil para o serviço e para o município de João Pessoa. Assim, refletindo na importância da transformação da prática para descortinar o cenário do HIV/AIDS no município fazia-se necessário antes de tudo, conhecê-la. Então, desse estudo de caráter teórico-metodológico, desenvolvido no SAE/Materno – Infantil do HULW de João Pessoa no período de julho de 2016 a agosto de 2018, germinaria uma pesquisa-intervenção, cujo caminho metodológico teve como objetivo transformar a prática para reestruturar a Vigilância Epidemiológica do HIV/AIDS do serviço e do município. Nessa perspectiva, considerando a complexidade da tarefa e a minúcia exigida, o caminho metodológico foi dividido em seis fases: 1. Levantamento de dados; 2. Revisão e qualificação de fichas; 3. Consolidação, avaliação e linkage de banco de dados; 4. Análise da informação; 5. Divulgação e discussão dos dados; 6. Reorganização do fluxo e planejamento das ações. Cada fase, foi desdobrada em ações encadeadas e desenvolvidas sistematicamente. Da pesquisa-intervenção nasce nas fases 5 e 6, a necessidade de outro estudo com análise analítica dos dados consolidados. Dessa experiência, observou-se que conhecer a prática para transformar exige além das interações humanas no trabalho, envolve também o interesse em se apropriar no desenvolvimento de suas competências e não apenas em recebe-las. Conhecer o proposito para que o processo de produção de informação seja valorizado.



Palavras-chaves:  HIV, AIDS, notificação, criança, gravidez