DESCORTINANDO O CENÁRIO DO HIV/AIDS NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA: A EXPERIENCIA DE UMA PESQUISA-INTERVENÇÃO EM UM SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA ESPECIALIZADA MATERNO-INFANTIL |
A confidencialidade e o respeito à privacidade são preceitos ético-morais tradicionais das profissões de saúde em virtude do exercício da atividade laboral, especialmente no tocante a HIV/AIDS. Neste viés, ronda historicamente a subnotificação do HIV/AIDS, embora compulsória e prevista em lei para fins de saúde pública. Nesse ínterim, dentre outros objetivos principais, os Serviços de Assistência Especializada - SAE para DST /AIDS, assumiram também o papel da notificação e resgate da informação visto que o olhar da vigilância epidemiológica nasce no primeiro contato profissional-paciente. Em 2002 o SAE Materno- Infantil do Hospital Universitário Lauro Wanderley deu início a suas atividades voltado para a atendimento das Gestante HIV+, criança exposta ao HIV e AIDS em menor de 13 anos. Porém, os dados oriundos do sistema de informação de agravo de notificação - SINAN do referido serviço não traduziam a realidade dos atendimentos prestados, produzindo uma informação frágil para o serviço e para o município de João Pessoa. Assim, refletindo na importância da transformação da prática para descortinar o cenário do HIV/AIDS no município fazia-se necessário antes de tudo, conhecê-la. Então, desse estudo de caráter teórico-metodológico, desenvolvido no SAE/Materno – Infantil do HULW de João Pessoa no período de julho de 2016 a agosto de 2018, germinaria uma pesquisa-intervenção, cujo caminho metodológico teve como objetivo transformar a prática para reestruturar a Vigilância Epidemiológica do HIV/AIDS do serviço e do município. Nessa perspectiva, considerando a complexidade da tarefa e a minúcia exigida, o caminho metodológico foi dividido em seis fases: 1. Levantamento de dados; 2. Revisão e qualificação de fichas; 3. Consolidação, avaliação e linkage de banco de dados; 4. Análise da informação; 5. Divulgação e discussão dos dados; 6. Reorganização do fluxo e planejamento das ações. Cada fase, foi desdobrada em ações encadeadas e desenvolvidas sistematicamente. Da pesquisa-intervenção nasce nas fases 5 e 6, a necessidade de outro estudo com análise analítica dos dados consolidados. Dessa experiência, observou-se que conhecer a prática para transformar exige além das interações humanas no trabalho, envolve também o interesse em se apropriar no desenvolvimento de suas competências e não apenas em recebe-las. Conhecer o proposito para que o processo de produção de informação seja valorizado. |