TUBERCULOSE EM PRISÕES: CONHECIMENTO E POTENCIAL SANITÁRIO DO AGENTE PENITENCIÁRIO
FABIANA COLOMBELLI1, ANNELIESE DOMINGUES WYSOCKI1, ALINE ALE BERALDO1, ERIKA SIMONE GALVÃO PINTO1, NATHALIA HALAX ÓRFÃO1, ADRIANA ZILLY1, MARCELLE SALDANHA DA SILVA1, KEURILENE SUTIL DE OLIVEIRA1, ANGELA BERNARDI1, TEREZA CRISTINA SCATENA VILLA1, REINALDO ANTONIO SILVA-SOBRINHO 1
1. UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Unioeste. Foz do Iguaçu, PR, Brasil., 2. UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul , 3. UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 4. USP - Universidade de São Paulo, 5. UNIR - Universidade Federal de Rondônia
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A maior população carcerária do mundo está nos Estados Unidos, seguido por China, Rússia e Brasil e, a incidência da tuberculose entre esta população alcança até setenta vezes a observada para a população geral. Entretanto, os três primeiros países citados, estão reduzindo as suas taxas de encarceramento, enquanto o Brasil segue aumentando sistematicamente. Apesar de ser uma população com circulação restrita, existem muitas dificuldades no controle da tuberculose em prisões. Neste cenário, os Agentes Penitenciários são protagonistas para a promoção da saúde e, em muitos casos, são eles que encaminham o detento para assistência, a pedido ou segundo seu julgando sobre a condição de saúde do preso. Trata-se de um estudo epidemiológico, quantitativo-descritivo. Os participantes da pesquisa foram Agentes Penitenciários entrevistados em penitenciárias federais no estado do Paraná. O instrumento de pesquisa foi um questionário composto por questões fechadas e abertas baseado no Knowledge, Attitude and Practice (KAP). Para análise dos dados utilizou-se estatística descritiva. Dos 106 Agentes Penitenciários que participaram da pesquisa, 91,5% eram do sexo masculino, sendo a média de 33,3 anos, 80,1% tinha o ensino superior completo. Aqueles com idade inferior a 35 anos mostraram mais conhecimento em tuberculose. Os que atuavam mais de três anos em penitenciária (64%) tinham mais conhecimento sobre a temática em relação ao grupo com menos de três anos na função. Os Agentes Penitenciários que concluíram algum curso de capacitação ligado a função apresentaram maior percentual de conhecimento sobre o controle da tuberculose (68%). Os trabalhadores que já tinham prestado alguma assistência ao detento com tuberculose foram mais precisos nas respostas sobre a doença em presídios (63,5%). Aqueles com maior conhecimento (64%) revelaram querer receber mais informações, em relação ao grupo com menos conhecimento. O quadro mostra que é necessário planejamento entre Intersetorial (Departamento Penitenciário Nacional  e Ministério da Saúde) para organizar ações permanentes para qualificar os trabalhadores lotados em penitenciárias. O estudo sugere que o Agente Penitenciário possui potencial para atuar também como “agentes de saúde” visto, ser o elo entre o apenado e o sistema de saúde. Conclui-se que o envolvimento do Agente Penitenciário no controle da tuberculose é uma etapa fundamental para o diagnóstico e tratamento da doença em ambiente prisional.



Palavras-chaves:  Tuberculose, Epidemiologia, Doenças Negligenciadas, Prisão, Conhecimento