IMPACTO ECONÔMICO DA DENGUE EM REGIÃO ENDÊMICA DO BRASIL SOBRE A PERSPECTIVA DA SOCIEDADE |
Estudos sobre o impacto econômico das doenças são instrumentos necessários para priorização dos recursos em saúde, a dengue é uma doença de alto impacto econômico mundial e endêmica no Brasil, país responsável por 68% dos casos reportados de dengue nas américas em 2016. Poucas pesquisas sobre custos e estimativas financeiras são realizadas no mundo com coletas de dados prospectivos. Em decorrência da magnitude dos casos de dengue no Brasil e no mundo, estimamos os custos diretos e indiretos dos casos hospitalizados e ambulatoriais no setor público e privado de saúde. Realizamos estudo prospectivo com amostragem não probabilística em pacientes com dengue atendidos no setor público e privado de saúde de região endêmica do Brasil no período de 2016 a 2017. Durante seguimento dos pacientes, foram coletadas informações socioeconômicas e dos custos diretos e indiretos decorrente do episódio de dengue. Dividimos os pacientes em 3 grupos etários: crianças (<15 anos=""><15 anos), adultos (15-60) e idosos (≥60 anos). A amostra final foi de 121 pacientes (36 hospitalizados e 85 ambulatoriais). E a maior parte dos casos (76%) ocorreu entre os adultos (15-60). O custo médio dos casos ambulatoriais e hospitalizados no setor público foi respectivamente: R$406,9(±371,6) e R$1.254,7(±1.366,3), no setor públicos os custos foram R$ 665(±780) nos casos ambulatoriais e R$ 1.636(±1555) nos hospitalizados. Os custos dos casos hospitalizados comprometeram 42,7% da renda familiar mensal e 15,3% nos casos ambulatoriais. O impacto econômico da dengue é alto e gera grande fardo no orçamento familiar. A doença tem prevalência maior entre os adultos, o que aumenta a carga econômica por ser essa a faixa etária produtiva financeiramente, podendo ser essa a faixa etária a ser priorizada para campanhas de vacinação, contudo outros estudos precisam ser desenvolvidos antes dessa decisão, como por exemplo o levantamento de soroprevalência por idades. |