ENSINANDO SOBRE AS LEISHMANIOSES: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA COM OS ESCOTEIROS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO |
Atualmente, o que se espera da educação e do ensino de ciências é que estejam estruturados de forma a proporcionar uma formação técnica voltada à cidadania, com base na conscientização crítica-reflexiva dos sujeitos, a fim de que eles possam aplicar os conteúdos apreendidos em situações do cotidiano. Nesta perspectiva, insere-se a proposta pedagógica, visando gerar contribuições ao ensino de biociências e divulgação científica, dentro de um contexto não formal de educação e promoção da saúde. Em parceria com a União dos Escoteiros do Brasil (UEB), foram desenvolvidas atividades lúdicas, dentro do Grande Jogo Regional Escoteiro do Rio de Janeiro, em 2014. O principal objetivo foi trabalhar conceitos relacionados às leishmanioses, a fim de facilitar a compreensão sobre a relação homemXdoençaXprevenção. Para tanto, foram organizadas três atividades didático-pedagógicas: i) espaço biológico e biodiversidade , com a exposição de insetos e animais classificados como reservatórios de leishmaniose, observação em microscópios e lupas, além de caixas entomológicas; ii) jogo de desafio "Ache o flebotomíneo ", realizada dentro de uma barraca de shannon (captura entomológica), a fim de estimular a identificação e coleta de flebótomos, em meio a outros insetos; e iii) Jogo de perguntas , relacionadas aos flebotomíneos (vetor), as Leishmanias spp (parasito) e as leishmanioses (doença). Participaram, cerca de 4000 integrantes, entre membros das categorias: Lobinho, Escoteiro, Sênior, Pioneiro e Chefias. Além dessas atividades, foi aplicado um questionário estruturado, para levantamento do conhecimento dos participantes sobre as leishmanioses. 66 pessoas responderam, sendo 43(65%), do gênero masculino e 23(35%), feminino; com idades entre 7 e 74 anos, e diferentes formações acadêmicas. 30(46%) responderam não conhecer as leishmanioses, 21(36%) que sim, e 12(18%) disseram conhecer, mas não lembrar. Sobre como se contrair a leishmaniose, 37(56%) responderam não saber, e 29(44%) que sim; destes,somente 10 afirmaram ser por picadas de flebotomíneos . Mediante as respostas, se percebe um desconhecimento e/ou conhecimentos equivocados, em relação ao tema, demonstrando a necessidade de maior divulgação sobre as leishmanioses. O resultado do trabalho se mostrou favorável, ao processo de formação dos Escoteiros, uma que, no ano seguinte,foram demandas por Dirigentes e Chefias da UEB/RJ,oficinas sobre outras doenças vetoriais: dengue, Zika, chikungunya, febre amarela e doença de Chagas. |