PERFIL CLÍNICO E SÓCIO DEMOGRÁFICO DE MULHERES QUE VIVEM COM HIV/AIDS NO ESTADO DA PARAÍBA
ROSSANA DE ARAÚJO BARBOZA 1, BRUNA RAFAELA VICENTE DA SILVA1, FRANCISCO JAIME RODRIGUES DE LIMA FILHO1, JOSÉ LANCART DE LIMA1, MARIA ISABELLE BARBOSA DA SILVA BRITO1, RAFAELLA DE ARAUJO MONTEIRO BANDEIRA1, RENATA BRAGA DO REGO1
1. IAM FIOCRUZ - Instituto Aggeu Magalhães
rossana.barboza@hotmail.com

Desde as primeiras notificações de casos da infecção por HIV/Aids no Brasil, na década de 80, essa infecção vem aumentando consideravelmente, constituindo-se como um grave problema de saúde pública mundial. Dados atuais, estimam que aproximadamente 35 milhões de pessoas vivem com a infecção pelo HIV no mundo. Embora exista um número maior de casos notificados no sexo masculino, a velocidade de crescimento entre as mulheres vem aumentando consideravelmente, modificando a realidade dessa pandemia. Dados do Nordeste apontam que, até outubro de 2013 foram registrados 78 óbitos de pessoas do sexo masculino e 32 do sexo feminino. Diante disso, este trabalho tem por objetivo, descrever o perfil clínico e sóciodemográfico das mulheres que vivem com HIV/Aids na Paraíba, para isso, as informações foram obtidas a partir da aplicação de um questionário elaborado para 33 mulheres maiores de 18 anos acompanhadas pelo serviço de referência do Estado, escolhidas aleatoriamente, no período de julho e agosto de 2014, tendo obedecido os critérios éticos. Contatando-se que a idade média das participante foi de 39 anos. A maioria, 69,8% possui menos de 9 anos de estudo. No que se refere a cor autodeclarada, 72,7% definiu-se parda. Quanto ao número de filhos, observou-se que 87,9% têm filhos e a maioria tem até dois filhos, 55,2%. 87,8% das mulheres entrevistadas assumiram exposição sexual à infecção. Quanto ao estado civil e opção sexual, 45,5% estão solteiras e 78,8 % são heterossexuais. Grande parte da amostra apresentou contagem de células TCD4+ em níveis superiores a 350 cél/mm³ e carga viral indetectável. Apesar da existência de poucas informações acerca dessa infecção em mulheres, o diagnóstico e tratamento ocorrem em estágios mais avançados quando comparada à população masculina. É possível que esse fator esteja relacionado ao papel de “cuidadoras” que as mulheres desempenham na sociedade, fazendo com que a maioria delas priorizem a saúde das crianças e familiares, e, por manterem relacionamento fixo com parceiro único não se percebem sob risco. Há, também, uma ampla discussão acerca das questões de gênero sobre o uso ou não de preservativo, onde muitas mulheres sentem-se receosas ao solicitar o uso desse método, por medo de perder o companheiro, ou mesmo, o suporte financeiro. Assim, é necessário que o atendimento das mulheres seja realizado por equipes interdisciplinares que promovam cuidado integral, contemplando, inclusive a detecção precoce do HIV e demais IST’s.



Palavras-chaves:  Infecção por HIV/Aids, Mulheres, Perfil Sócio demográfico