ESTUDO COMPARATIVO DOS DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DA DOENÇA DE CHAGAS NA REGIÃO NORTE E NORDESTE DO BRASIL |
Introdução: As doenças cardiovasculares possuem diversas etiologias, dentre elas a Doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que possui como meios de infecção a via oral, vetorial, vertical, transfusional e acidental. Objetivos: Analisar o número de casos confirmados de Doença de Chagas Aguda nas regiões Norte e Nordeste do Brasil e comparar os prováveis meios de infecção da doença nessas regiões. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, exploratório e comparativo, utilizando dados secundários sobre a variação do número de casos confirmados de Doença de Chagas Aguda e os modos de infecção predominantes da patologia nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Os dados analisados são referentes aos anos de 2010 e 2014 e foram extraídos do DATASUS. Resultados: Por meio da análise dos dados disponíveis pode-se observar que o número de casos confirmados entre 2010 e 2014 aumentou 84,6% na região Norte, enquanto na região Nordeste houve uma diminuição de 30%. O meio provável de infecção da Doença de Chagas no ano de 2010 mais prevalente na região Norte foi a via oral com 60,6%, seguida da vetorial com 20,2%, 19,2% foram ignorados/deixados em branco. Nesse mesmo ano na região Nordeste, todos os casos confirmados tiveram o meio provável de infecção ignorado/deixado em branco. Em 2014, na região Norte, a via oral continuou sendo a predominante, com 68,2%, seguida dos ignorados/deixados em branco com 18,8%, 12% foi atribuído à via vetorial, 0,5% à transfusional e 0,5% a outros. Na região Nordeste 66,7% dos casos confirmados em 2014 obtiveram como meio provável de infecção a via vetorial e 33,3% foram ignorados/deixados em branco. Conclusões: Verificou-se que houve uma diminuição do número de casos confirmados de Doença de Chagas Aguda na região Nordeste do Brasil, em contrapartida com a região Norte que aumentou significativamente. A via oral prevaleceu como o principal modo provável de infecção na região Norte, em 2010 e em 2014, já na região Nordeste no ano de 2010 todos os modos prováveis de infecção foram ignorados/deixados em branco e em 2014 predominou a via vetorial. A partir desse estudo foi possível constatar a deficiência de ambas as regiões, principalmente a região Nordeste, da atribuição do modo provável da infecção na ficha de investigação da Doença de Chagas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) o que compromete uma melhor análise epidemiológica da patologia. |