DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA EM NOVA IGUAÇU-RJ: O PERFIL DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA É COMPATÍVEL COM A REALIDADE EPIDEMIOLÓGICA?
EMANUEL INOCENCIO RIBEIRO DA SILVA 1, PAULA GUIDONE PEREIRA SOBREIRA 1, ADALGIZA MAFRA MORENO 1, HELLEN DE SOUZA NEVES MARTINS 1, SEVERINO VERAS DE OLIVEIRA JUNIOR 1
1. UNIG - UNIVERSIDADE IGUAÇU
emanuel_medicina@hotmail.com

Introdução: A notificação compulsória refere-se à comunicação de determinada doença ou agravo à saúde, à autoridade sanitária. A completude dos campos das fichas é de extrema importância para acompanhar a dinâmica das doenças e nortear intervenção. Objetivo: Verificar a completitude do banco de dados do SINAN, em relação aos casos de arboviroses em Nova Iguaçu-RJ, no período de 2014/2017 e identificar as dificuldades no preenchimento das fichas. Desenho do estudo: Trata-se de um estudo descritivo e transversal, baseado nas fichas de notificação da Dengue, Zika e Chikungunya, composta pelo total de 13.758 registros (SINAN). Métodos: Para não-completitude, utilizamos campos em branco, os classificados como ignorados e erros de preenchimento. Uma escala do Ministério da Saúde foi usada para verificar a qualidade das informações baseada no percentual de preenchimento das fichas, classificando-as como: excelente ou boa (>90%); regular (entre 70 e 89%); ruim (<70%). Após essa análise, aplicamos um questionário para os colaboradores da notificação compulsória, para analisar as maiores demandas que justifiquem o preenchimento incompleto das fichas e realizamos um treinamento. O estudo foi submetido ao CEP e aprovado sob CAAE n.º 59768816.0.0000.8044. Resultados: Observamos que 18 campos das fichas tinham escassez de dados. Pode-se observar que a maioria (50%;n=9) eram “essenciais”; 22% (n=4) eram “obrigatórios”; 22% (n=4) não apresentaram categorização e foram identificados “não discriminado” (ND); e 6% (n=1) foram considerados “campos-chave”. A completitude dos campos ND foi classificada como regular (75%; n=3). Para os campos “obrigatórios”, a maior parte foi classificada com completitude ruim (75%; n=3). Os campos essenciais apresentaram completitude regular (89%;n=8). Os colaboradores afirmaram que o problema está nos prontuários dos pacientes, pois têm informações incompletas ou ilegíveis. Discussão: Os campos essenciais das fichas apresentam menos índice de preenchimento. A ausência das informações foi relacionada ao prontuário já que essas notificações no município em estudo são feitas por técnicos com base nos prontuários e não pelo profissional de saúde no momento do atendimento. Conclusão: As fichas tinham dados ausentes, ignorados ou preenchidos incorretamente e campos obrigatórios e essenciais tinham completitude regular ou ruim. Os colaboradores da vigilância informaram que os prontuários dos pacientes, têm informações incompletas ou ilegíveis.



Palavras-chaves:  Dengue , Epidemiologia , Febre de Chikungunya, Vigilância epidemiológica, Zika