CRIAÇÃO DE ESPÉCIES DO GÊNERO MANSONIA EM AMBIENTE DE LABORATÓRIO, DESCRIÇÃO DE PARTE DA BIOECOLOGIA DE DOIS ESPÉCIMES.
LUIZ HERMAN 1, VERÍSSIMO DOS SANTOS NETO1, MAURO SHUGIRO TADA1, MORENO MAGALHÃES DE SOUZA RODRIGUES1, TONY HIROSHI KATSURAGAWA1, ZEDEQUIAS MOTA SILVA1, LUIZ PAULO COSTA CARVALHO1, ALEXANDRE DE ALMEIDA E SILVA1, CARLOS CARLOS BRISOLA MARCONDES1, WANDERLI PEDRO TADEI1
1. IPEPATRO - Instituto de Pesquisas em Patologias Tropicais, 2. CEPEM/SESSAU - Centro de Pesquisa em Medicina Tropical de Rondônia , 3. ESBR - Energia Sustentável do Brasil, 4. FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz , 5. UNIR - Universidade Federal de Rondônia , 6. CIDACS - Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde, Instituto Gonçalo Muniz-FIOCRUZ BA, 7. UFRS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul , 8. INPA - Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia
lhsgherman@gmail.com

O gênero Mansonia possui 27 espécies, 11 delas no Brasil, com formas imaturas associadas a plantas aquáticas. Relatos de ocorrência do gênero em praticamente todas as regiões brasileiras destaque aos rios amazônicos, sendo que em áreas de empreendimento às margens desses rios, em construção de UHEs, altas densidades têm sido registradas. Entretanto, pouco se conhece sobre a bioecologia desses organismos. Descrever parte da bioecologia de duas espécies de Mansonia encontradas ao longo do rio Madeira e comparar o material obtido no laboratório, com a literatura científica disponível. Realizada coletas de campo em Nova M. Paraná e Vila Teotônio em abril de 2018. Coletas realizadas usando aspirador elétrico. As fêmeas de campo levadas ao laboratório e alimentadas com sangue do pesquisador e esperado o ciclo embrionário, noventa e seis horas depois  colocadas individuais para ovipôr em copos plásticos com150 ml de água contendo planta aquática ( Pistia sp.). Após a oviposição, buscamos saber o dia da eclosão das larvas. Resultados permitem descrever parte da bioecologia do Ma. cf. titillans e Ma. humeralis . Observou-se que fêmeas de Ma. humeralis depositaram em média 111,5 ovos, ovipostos na parte abaxial da folha da planta aquática Pistia sp. de contato com a superfície da água. O período da postura até a obtenção das larvas variou entre oito e nove dias. Nos primeiros seis dias, se observou a mudança do 1 ° para o 2 ° estádio, outros estádios indefinidos; a primeira pupa foi no 69º dia e os adultos emergiram 72 horas após. O tempo de ovo-adulto atingiu 72 dias. Para as fêmeas da espécie Ma. cf. titillans , que depositaram em média 121 ovos, com preferência da postura nas partes abaxiais de folhas de planta aquática Pistia sp. A eclosão das larvas ocorreu entre o sexto e sétimo dia, a quantidade de larvas foi bem parecida ao número de ovos, as larvas de primeiro estádio eclodiram e migraram diretamente para as raízes das plantas aquáticas que serviram de berçário. A primeira muda larval ocorreu no sexto dia, outros estádios indefinidos; as primeiras pupas foram vistas entre o 35º e 40º dia, os adultos emergiram após 72 horas. O ciclo ovo-adulto durou 36 a 42 dias para a espécie. O ciclo das espécies de Mansonia em laboratório foi bem mais longo que para espécies de Aedes e Culex . Observadas diferenças entre as larvas, possivelmente relacionadas ao sexo, estão sendo mais bem estudadas, além de certas divergências morfológicas em relação às descrições na literatura.



Palavras-chaves:  Mosquitos , rio Madeira, Espécies, Mansoniini