SARAMPO: A NOVA FACE DE UMA ENFERMIDADE ANTIGA,UM DESAFIO CONTEMPORÂNEO
LAÍS GUERRA GUEDES1, MARIA CAROLINA BATISTA 1, LYSIANE PRISCILLA OLEGÁRIO SANTOS DA SILVEIRA 1, MARÍLIA AZEVEDO GUIMARÃES SOARES 1, MARCELO BATISTA AMARAL1, JOSÉ VICTOR HOLANDA DE ALMEIDA CAVALCANTI1, JOSÉ ÁDONNYS BEZERRA1, ANA LÚCIA AZEVEDO DE BARROS CORREIA1, MAYHARA ROSANY DA SILVA SANTIAGO1, BRUNA MARIANA FREITAS LIMA1, DEBORAH MARIA PEREIRA SILVA1, REGINA COELI FERREIRA RAMOS1
1. UNICAP - Universidade Catolica de Pernambuco, 2. HUOC - Hospital Universitário Oswaldo Cruz
m_carol_batista@hotmail.com

O sarampo é uma doença viral, de notificação compulsória e é considerada uma causa de alta morbi-mortalidade principalmente em crianças menores de cinco anos de idade. O comportamento da doença depende da relação entre cobertura vacinal, imunidade e susceptibilidade da população, assim como da circulação viral. Nos últimos anos, casos de sarampo têm sido reportados em várias partes do mundo, sendo considerada uma doença grave e altamente contagiosa, erradicada no Brasil no ano de 2016. No entanto, vem sendo observado o retorno dos casos em 2018, portanto, o objetivo deste trabalho é identificar e avaliar os casos confirmados, óbitos e situação vacinal do país neste ano. Trata-se de um estudo documental, quantitativo, utilizando dados do Ministério da Saúde do Brasil através da Secretaria de Vigilância em Saúde. A população em estudo corresponde aos casos de Sarampo até junho de 2018 no território nacional. De acordo com os dados, até abril (Semana 17) foram confirmados 16 casos em Roraima e 79 no Amazonas. Em dados mais recentes até junho de 2018 (Semana 26), o número de casos vem aumentando: 265 na Amazônia e 200 em Roraima. Com relação aos óbitos por sarampo, ocorreram 02 casos no estado de Roraima. Com relação à situação vacinal, a média nacional foi próxima à 85% e em Roraima e Amazonas, tem-se respectivamente 87, 30% e 80,36%. O fluxo de pessoas, seja em 2014, na época da Copa do Mundo de Futebol, e atualmente em 2018, frente a vinda de imigrantes venezuelanos ao Brasil, parecem ser um dos responsáveis pela disseminação do vírus. Tal fato está relacionado com a identificação do mesmo genótipo venezuelano nos casos confirmados. Inicialmente a doença se disseminou no estado de Roraima, uma vez que este faz fronteira com o Bolívar, estado da Venezuela com maior número de casos, de modo que a maioria dos infectados eram venezuelanos. Posteriormente, a doença alcançou o Amazonas, sendo que neste estado os infectados eram brasileiros, o que pode ser explicado pela cobertura vacinal menor que 95%. Tal fato remete a uma susceptibilidade da população ao vírus estando possivelmente relacionado ao déficit estrutural e de acesso aos serviços de saúde. Portanto, é necessário intensificar as campanhas de vacinação tanto para os brasileiros ainda não vacinados quanto para os imigrantes venezuelanos. Além disso, é essencial a participação ativa dos profissionais de saúde visando a prevenção eficaz, tratamento e notificação compulsória da doença.

 



Palavras-chaves:  Epidemia, Imunizaçao, sarampo, Saúde pública , Vigilância epidemiológica