SARAMPO: A NOVA FACE DE UMA ENFERMIDADE ANTIGA,UM DESAFIO CONTEMPORÂNEO
|
O sarampo é uma doença viral, de notificação compulsória e é considerada uma causa de alta morbi-mortalidade principalmente em crianças menores de cinco anos de idade. O comportamento da doença depende da relação entre cobertura vacinal, imunidade e susceptibilidade da população, assim como da circulação viral. Nos últimos anos, casos de sarampo têm sido reportados em várias partes do mundo, sendo considerada uma doença grave e altamente contagiosa, erradicada no Brasil no ano de 2016. No entanto, vem sendo observado o retorno dos casos em 2018, portanto, o objetivo deste trabalho é identificar e avaliar os casos confirmados, óbitos e situação vacinal do país neste ano. Trata-se de um estudo documental, quantitativo, utilizando dados do Ministério da Saúde do Brasil através da Secretaria de Vigilância em Saúde. A população em estudo corresponde aos casos de Sarampo até junho de 2018 no território nacional. De acordo com os dados, até abril (Semana 17) foram confirmados 16 casos em Roraima e 79 no Amazonas. Em dados mais recentes até junho de 2018 (Semana 26), o número de casos vem aumentando: 265 na Amazônia e 200 em Roraima. Com relação aos óbitos por sarampo, ocorreram 02 casos no estado de Roraima. Com relação à situação vacinal, a média nacional foi próxima à 85% e em Roraima e Amazonas, tem-se respectivamente 87, 30% e 80,36%. O fluxo de pessoas, seja em 2014, na época da Copa do Mundo de Futebol, e atualmente em 2018, frente a vinda de imigrantes venezuelanos ao Brasil, parecem ser um dos responsáveis pela disseminação do vírus. Tal fato está relacionado com a identificação do mesmo genótipo venezuelano nos casos confirmados. Inicialmente a doença se disseminou no estado de Roraima, uma vez que este faz fronteira com o Bolívar, estado da Venezuela com maior número de casos, de modo que a maioria dos infectados eram venezuelanos. Posteriormente, a doença alcançou o Amazonas, sendo que neste estado os infectados eram brasileiros, o que pode ser explicado pela cobertura vacinal menor que 95%. Tal fato remete a uma susceptibilidade da população ao vírus estando possivelmente relacionado ao déficit estrutural e de acesso aos serviços de saúde. Portanto, é necessário intensificar as campanhas de vacinação tanto para os brasileiros ainda não vacinados quanto para os imigrantes venezuelanos. Além disso, é essencial a participação ativa dos profissionais de saúde visando a prevenção eficaz, tratamento e notificação compulsória da doença. |