LEVANTAMENTO MIDIÁTICO ACERCA DO RECENTE SURTO DE H1N1 NO CEARÁ |
A gripe H1N1 ou gripe suína trata-se de uma doença causada pelo vírus Influenza A, subtipo H1N1, que possui alta instabilidade genética e elevada capacidade mutagênica, o que o torna responsável por surtos tais qual o recentemente notificado em Fortaleza e região metropolitana. A letalidade associada ao vírus, especialmente pela possibilidade de evolução a sua principal complicação: Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), explicita a importância de se recorrer ao levantamento midiático com o intuito de compreender a atual situação epidemiológica e analisar estratégias de atenuação da transmissão viral. Realizou-se um estudo transversal com boletins epidemiológicos fornecidos pela Secretaria de Saúde do Ceará, dados secundários do Ministério da Saúde e mídias digitais jornalísticas estaduais e nacionais publicadas de 1° de janeiro de 2009 a 1° de junho de 2018. No Ceará, os primeiros casos de morte por SRAG causada por infecção de H1N1 ocorreram em abril de 2018, com oito casos confirmados. Até o dia 4 de maio de 2018, das 404 suspeitas notificadas, 121 eram, comprovadamente, de H1N1, o que se soma ao alarmante dado de 320% de aumento no número de mortes (21 óbitos) por H1N1 em relação a todo o ano de 2017 (5 óbitos). Em seguida, o boletim epidemiológico de 18 de maio confirmou 32 óbitos e 185 casos de SRAG por H1N1, sendo Capital e Região Metropolitana as de maior incidência. O último boletim, lançado em 1° de junho de 2018, fechou em 266 o número de casos de SRAG por influenza A H1N1 até a data, sendo, apenas em Fortaleza, 238 casos confirmados de SRAG por influenza (independente do subtipo), com 26 óbitos. Percebe-se, assim, um alarmante crescimento nas notificações de H1N1 durante o período estudado. Por isso, as estratégias adotadas pela Secretaria de Saúde para atenuar a transmissão englobam dois âmbitos: a vacinação (sendo Fortaleza a segunda capital em números de cobertura vacinal do país) e as vigilâncias de síndrome gripal e de SRAG. Tais ações mostraram eficácia, tendo em vista a redução nos reportes de casos de SRAG observada durante as duas últimas semanas de maio. No entanto, ainda é necessário o acompanhamento contínuo dos boletins lançados pela Secretaria de Saúde para que se confirmem os resultados positivos da estratégia em vigilância e prevenção adotada para expandi-la a outras regiões tropicais sujeitas à situação. Palavras-chave: Epidemia, Epidemiologia, Imunização, Síndrome Respiratória Aguda Grave, Vírus da Influenza A Subtipo H1N1. |