Vigilância molecular de triatomíneos sinantrópicos na Bahia
GILMAR JOSÉ DA SILVA RIBEIRO JÚNIOR 1,3, RENATO REIS1,3, CARLOS G. S. DOS SANTOS1,3, EDUARDO O. L. FONSECA1,3, ROBERTO FONSECA1,3, FERNANDA C. LANZA1,3, RODRIGO GURGEL-GONÇALVES1,3, MITERMAYER G. DOS REIS1,3
1. CPQGM - FIOCRUZ/BA - Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Fiocruz – BA, 2. UNB - Universidade de Brasília – Laboratório de Parasitologia Médica e Biologia de Vetores, 3. FRB-DEVRY - Faculdade Ruy Barbosa - DeVry., 4. UNIFACS - Universidade Salvador , 5. UFBA - Universidade Federal da Bahia, 6. SESAB (DIVEP-LACEN) - Secretaria de Saúde da Bahia, 7. YALE - Universidade de Yale
gilmarribeirojr@gmail.com

A doença de Chagas ainda é um dos principais problemas de saúde pública em toda a América Latina, com cerca de 70 milhões de pessoas sob-risco de infecção e aproximadamente 5,7 milhões de indivíduos infectados por T. cruzi em 2010 na América Latina. O Trypanosoma cruzi é o protozoário causador da doença de Chagas e tem como principal forma de transmissão a vetorial. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a prevalência de detecção do T. cruzi e dos padrões alimentares de triatomíneos sinantrópicos no Estado da Bahia. As coletas foram realizadas em parceria com a SESAB em 2013 e 2014, com 842 coletas em 127 municípios, onde se coletou 6099 triatomíneos em 15 espécies. Após triagem, 2789 foram incluídos para avaliação molecular do conteúdo intestinal e até o momento foram testadas 696 amostras. O DNA das amostras e controles foi purificado respectivamente com os kits DNAzol ® ou QIAamp ® DNA Mini Kit e a concentração aferida em espectrofotômetro ND-1000 V3.3 e ajustada para ~100ng/uL. As PCRs com volume de 25uL seguiram o protocolo da TopTaq_MasterMix ® - QIAGEN utilizando 1uL de amostra. As PCRs foram realizadas em duplicata, e os resultados analisados em gel de agarose 2% com o Sistema Gel Micro™ SSP – One Lambda, sob luz UV e fotodocumentados no UVP - iBox® Scientia™ com o software VisionWorks®LS Analysis. Os alvos moleculeres testados foram: T. cruzi , Homem, Cão, Gato, Ave. A prevalência de infecção pelo T. cruzi foi maior no ambiente silvestre, seguido de peridomiciliar e domiciliar, com as seguintes diferenças nas proporções observadas: Intradomiciliar (N=324, X²=37,44 p<0,000), Peridomiciliar (N=298, X²= 0,75 p=0,383) e Silvestre (N=73, X²=134 p=0,000). Os alvos moleculares cão, gato e homem foram detectados apenas no ambiente doméstico (intra e peridomicílio) e não foi observada diferença significante entre esses ambientes (X²cão=3,4 p=0,052 / X²gato=1,0 p=0,297 /X²homem=1,1 p=0,284). A prevalência de detecção do DNA de ave foi praticamente o mesmo no ambiente Silvestre e Peridomiciliar (X²=0,013 p=0,9076), e estatisticamente menor no ambiente Intradomiciliar quando comparado ao Peridomiciliar (X²=8,0 p=0,004) e Silvestre (X²=18 p=0,000). Estes resultados demostram que as espécies citadas mantêm o risco de transmissão da doença de Chagas no Estado da Bahia.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, Triatomíneos, T. cruzi, Padrões alimentares, Bahia