PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA DO PERÍODO DE 2007 A 2017 NO ESTADO DO ACRE.
LORENA CARLESSO VICENSI DE ASSUNÇÃO 1, JANAÍNA LUIZA BURG1, ELSON ASSUNÇÃO DE ANDRADE LIMA JÚNIOR1, DAVI DANTAS MUNIZ1
1. UNINORTE - União Educacional do Norte, 2. UFAC - Universidade Federal do Acre
lorenacarlesso@hotmail.com

  A Leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença infecciosa, não contagiosa, que acomete pele e mucosas, no qual o ser humano pode ser infectado de forma secundária, sendo esta uma zoonose. De acordo com os dados do SINAM, o Estado do Acre lidera o Ranque de casos de LTA por 100 mil habitantes no Brasil. O presente trabalho refere-se a um estudo descritivo transversal que tem como objetivo traçar o perfil epidemiológico dos casos de Leishmaniose tegumentar americana no Estado do Acre, no período de 2007 a 2017. As variáveis e indicadores utilizados foram município de infecção, zona de residência, sexo, faixa etária, tipo de entrada no sistema, métodos de diagnóstico, forma clínica e evolução clínica. O ano de 2007 foi o que apresentou o maior número de casos com um coeficiente de incidência de 6160,2/100 mil habitantes. A maior ocorrência de casos foi nos indivíduos do sexo masculino e a faixa etária mais acometida foi a economicamente ativa de 20 a 59 anos com 60,13% dos casos. O município de Assis Brasil apresentou maior coeficiente de incidência comparado aos outros municípios do estado, correspondente a 11.281,33 dos casos de LTA no Acre. A maioria dos pacientes infectados apresentou a forma clínica cutânea com 83,73% dos casos. Em 92,31% dos tipos de entrada por LTA eram de caso novo, sendo a principal forma diagnóstica clínica/laboratorial em 90,34% dos casos. Como evolução clínica, a cura da infecção por tratamento foi obtida em 96,98% dos casos estudados. Diferentemente do estudo realizado no Piauí, no qual a distribuição de casos entre zona rural e urbana era semelhante e com porcentagem similar, no Acre a zona rural foi responsável por 58,56% dos casos notificados de LTA. Ademais, o perfil epidemiológico de ambos os estudos coincidiram. No estudo realizado no Paraná, a LTA comportava-se como doença profissional do campo, acometendo em sua maioria adulta do sexo masculino. No estudo aplicado em Manaus-AM, o sexo masculino foi o mais acometido assim como a faixa etária economicamente ativa. A análise dos dados 2007-2017 mostrou que o perfil epidemiológico no estado do Acre é de indivíduos do sexo masculino, em idade economicamente ativa (20 a 59 anos), que residem em zona rural com proximidades de reservas florestais e/ou estações ecológicas como Assis Brasil, sendo a principal manifestação da doença na forma mucosa.



Palavras-chaves:  Estado do Acre, Leishmaniose, Zoonose