PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA COM TUBERCULOSE NA I REGIÃO DE SAÚDE DO PERNAMBUCO ENTRE 2013 E 2017
FRANCISCO JAIME RODRIGUES DE LIMA FILHO 1, CELIVANE CAVALCANTI BARBOSA1, ÉRIKA PATRÍCIA SANTOS SILVA1, ROSSANA DE ARAÚJO BARBOZA1, MARIA ISABELLE BARBOSA DA SILVA BRITO1
1. IAM - FIOCRUZ/PE - Instituto de Pesquisa Aggeu Magalhães - FIOCRUZ/PE, 2. I GERES/SES-PE - I Regional de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Pernambuco
franciscojaime8@gmail.com

A tuberculose compreende um dos principais problemas de saúde pública da atualidade, principalmente em países em desenvolvimento como no caso do Brasil. No geral, atinge populações vulneráveis, como as pessoas em situação de rua, que vivenciam processos de exclusão social e marginalização, refletindo de maneira negativa no acesso aos serviços de saúde e consequentemente no seu processo saúde-doença. O presente estudo teve como objetivo traçar o perfil epidemiológico da população em situação de rua com tuberculose na I Região de Saúde do Estado do Pernambuco. Trata-se de um estudo transversal, observacional, com caráter descritivo. Os dados foram obtidos de forma secundária, através dos dados públicos do DATASUS. A referida região de saúde, cenário desse estudo, é composta por 19 municípios e um distrito estadual, compreendendo a região metropolitana de Recife. As variáveis utilizadas na coleta dos dados foram: faixa etária, raça, sexo, tipo de entrada, forma clínica, realização de testagem para HIV e situação de encerramento. O recorte temporal utilizado foi de 2013 a 2017. Os dados foram analisados a partir do software Excel for Windows. No período avaliado, foram notificados 206 casos nessa população, que representa 1,06% de todos os casos diagnosticados na Região de Saúde. O ano com maior número de notificações foi 2017 (38,8%), com relação ao município de residência destacaram-se Recife (67,5%) e Jaboatão dos Guararapes (10,2%). No tocante a faixa etária, merece destaque a de 20-39 anos com 64,1% e a de 40-49 anos com 27,2%.  No que diz respeito à raça, a parda foi a mais referida com 54,9%, seguida da preta com 17%. O sexo masculino adoeceu mais, representando 73,8% dos casos. Com relação ao tipo de entrada, destacaram-se os casos novos (53,9%) e os reingressos após abandono (31,1%). A forma pulmonar foi a mais prevalente entre os casos, com 88,8%. Com relação à testagem para HIV verificou-se que 45,1% foram negativos, 27,7% positivos e 22,8% não foram realizados. No caso da situação de encerramento verificou-se que 27,9% foram encerrados por abandono e 26,5% por cura. Com a realização desse estudo foi possível verificar as particularidades de adoecimento nesse extrato populacional, como os altos índices de abandono e reingresso dos casos, que podem influenciar na manutenção da cadeia de transmissão da doença. Nesse sentido, verifica-se a necessidade de conhecer o perfil de adoecimento desse público, no intuito de guiar novas formas de cuidado.

 



Palavras-chaves:  Tuberculose, População em Situação de Rua, Epidemiologia