RELAÇÃO DE SCD163, FERRITINA E PROTEÍNA C-REATIVA COM ANEMIA EM PACIENTES DE TUBERCULOSE PULMONAR
PEDRO HENRIQUE LIMA VARGAS1, MAYLA GABRYELE MIRANDA DE MELO 1, CAIO DA SILVA MONTEIRO1, MARTHA MARIA OLIVEIRA1, ELISANGELA COSTA DA SILVA1, AFRÂNIO LINEU KRITSKI1
1. UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2. IFRJ - CAMPUS RIO DE JANEIRO - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, 3. FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz, 4. UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
pedrolimavs@icloud.com

A tuberculose (TB) mantém-se entre as principais doenças negligenciadas, sendo segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, a doença infecciosa que mais mata no mundo, superando inclusive a infecção HIV/AIDS. Diversas desordens metabólicas podem ser observadas no curso da doença, como Diabetes Mellitus, depressão e anemia. Dados recentes mostram que o tratamento anti-TB (TAT) diminui a proporção de anemia; porém, pouco se sabe acerca da real conexão entre anemia, níveis séricos de ferro ou de ferritina e resposta ao TAT. No presente estudo avaliou-se a relação dos níveis séricos de ferritina, anemia e o desfecho do TAT. Ainda, estudou-se a relação desses marcadores com imagens radiológicas realizadas no dia 0 e no dia 60 após o início do TAT. Para avaliar a resposta inflamatória, foram utilizados os marcadores séricos sCD163 (receptor solúvel de macrófagos) e proteína C-reativa - PCR.  105 pacientes foram arrolados no estudo, desses 82 (78,1%) pacientes apresentavam anemia. Apenas 29 pacientes apresentavam anemia ferropriva, o que indica inflamação crônica e não deficiência sérica de ferro. A cinética de ferritina e PCR séricas, no curso do TAT mostrou que ambas apresentam tendência a aumentar no dia 30  e, redução no dia 60. Os pacientes anêmicos, apresentam maiores proporções de sCD163 e, esses valores mantiveram-se elevados nos pacientes que apresentaram cultura positiva no dia 60 de TAT. Nossos dados sugerem que na resposta a infecção por Mycobacterium tuberculosis , ocorra um “up-regulation” da ativação de macrófagos que podem levar a hematofagocitose e, por conseguinte, anemia inflamatória. Além disso, ferritina apresentou-se como um promissor biomarcador de prognóstico de maior conversão bacteriológica nos dias 30 e 60 dias de TAT.



Palavras-chaves:  Tuberculose pulmonar, anemia, inflamação