PAPEL DE NETs NA TUBERCULOSE PULMONAR GRAVE |
A tuberculose (TB) possui alta prevalência no Brasil e no mundo, e hoje lidera o ranking de mortalidade por doenças infecciosas. Embora seja tratável e curável, a TB pode levar a um grave dano tecidual pulmonar (DTP) e ter sequelas que comprometem a capacidade respiratória. Entender os mecanismos que levam ao DTP é crucial para o desenvolvimento de terapias direcionadas ao hospedeiro que visem ao controle da resposta inflamatória prejudicial. O estudo foi realizado em uma coorte de 82 pacientes atendidos no Instituto Estadual Ary Parreiras, avaliados antes do início e 60 dias de tratamento anti-tuberculose (TAT) . Analisamos a relação do hemograma com proteínas de fase aguda (albumina, PCR), as concentrações de outros mediadores solúveis, a evolução do radiograma torácico e a conversão bacteriológica. Os marcadores analisados incluem VEGF-A, IL-8, IL-12p40/p70, IL-17, galectina-3 (gal-3), MMP-1, MMP-8, histona citrulinada H3 (cit-H3) e α-1-antitripsina (α1AT), quantificados via Luminex ou ELISA em amostras de soro. Os resultados mostram que após 60 dias de TAT, os pacientes que não apresentaram melhora radiológica possuíam leucocitose e neutrofilia, aumento da concentração sérica de PCR, VEGF-A, IL-8, IL-12, MMP-1, gal-3 e cit-H3 (marcador sérico da formação de NETs). Por outro lado, houve redução na concentração sérica de α1AT e albumina. Além disso, cit-H3, α1AT e VEGF-A mostraram-se potenciais biomarcardores preditivos de DTP. Por fim, não houve relação entre os biomarcadores estudados e conversão da cultura após 60 dias de TAT. Nossos dados sugerem que o dano tecidual está relacionado ao desbalanço no controle da resposta neutrofílica, NETs X α1AT, e identificam promissores biomarcadores para análise precoce de um perfil hiperinflamatório que permitiria a intervenção terapêutica para o controle de dano tecidual. |