VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA PARA ARBOVIROSES EM UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO EM CAMPO GRANDE, MATO GROSSO DO SUL |
As arboviroses incluindo a dengue, zika e chikungunya são um desafio para a saúde pública, representam risco para a população e necessitam de atendimento célere quanto ao diagnóstico precoce e ao tratamento. Com a vigilância epidemiológica e a busca ativa de casos é possível conhecer a magnitude de ocorrência da doença de forma rápida, identificando as causas e propiciando orientação sobre medidas de controle adequadas e aprimoramento da notificação. Este estudo objetiva realizar vigilância epidemiológica para dengue, zika e chikungunya na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Dr. Walfrido Azambuja de Arruda, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Trata-se de estudo longitudinal prospectivo, com pacientes maiores de 18 anos, de ambos os sexos, com síndrome febril de até 5 (cinco) dias e dois ou mais sintomas para arboviroses, que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa. A vigilância ativa iniciou em abril de 2018, 62 dias até o momento. Prevê-se a aplicação de questionário para coleta de dados epidemiológicos, sinais e sintomas, qualidade de vida (SF-12) e escala de rastreamento para depressão (SES-D) e coleta de amostras de sangue em quatro visitas (0, 7, 14 e 90 dias) para realização de biologia molecular e sorologia para dengue, zika e chikungunya. As amostras de sangue coletadas neste período foram encaminhadas pelo Sistema de Gerenciamento Laboratorial (GAL) ao Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) para a realização dos exames. Para cada paciente atendido efetuou-se a notificação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Já foram incluídos 48 participantes, com idade média de 32 anos, sendo a maioria mulheres (38). Quanto a incidência de casos, 3 apresentaram resultados IgM reagentes para dengue, 2 IgG reagentes para zika e 2 IgG reagentes para chikungunya. PCR-RT mostrou 1 caso inconclusivo para chikungunya. De acordo com o sistema de registro da Secretaria Municipal de Saúde (Hygia), no mesmo período foram atendidos 20.251 pacientes nesta unidade de saúde, com 21 confirmados para dengue, 7 para chikungunya e nenhum caso para zika. Todos os atendidos pela equipe de vigilância ativa passaram pela equipe médica da unidade local e nenhuma solicitação de exame laboratorial para arboviroses foi realizada, o que indica que os casos encontrados pela equipe do estudo podem não ter sido identificados pela unidade de saúde e que a vigilância epidemiológica inserida na UPA tem sido ferramenta de apoio efetivo ao sistema de saúde. |