ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA HANSENÍASE NO ESTADO DO PIAUÍ, NO PERÍODO DE 2015 A 2017
HELOISA MARILAK ALVES VELOSO 1, MARIA CLARA SOUSA LIMA1, MARIA JAYANNE DOS SANTOS BENICIO1, PEDRO JACKSON DOS SANTOS BENICIO1, TEREZA CRISTINA DE CARVALHO SOUZA GARCÊS1
1. IESVAP/ FAHESP - Faculdade de Ciências humanas, exatas e da saúde
heloisamarilak_veloso@hotmail.com

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae que infecta os nervos periféricos, mais especificamente as células de Schwann, tornando seu diagnóstico simples. Contudo, quando diagnosticada ou tratada tardiamente, há o risco de incapacidades físicas e graves consequências neurológicas para os portadores. O Brasil ocupa o segundo lugar em número absoluto de casos, estando atrás apenas da Índia, tendo sido detectados 25.218 casos novos em 2016. Sua transmissão ocorre através das vias aéreas superiores por meio de contato prolongado de uma pessoa suscetível com um indivíduo doente sem tratamento. Este estudo teve como objetivo descrever os aspectos epidemiológicos dos casos confirmados de hanseníase no Piauí nos anos de 2015 a 2017. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo. Foi realizado a partir da coleta de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizados pelo DATASUS. Foram incluídos os casos confirmados no estado do Piauí no período de 2015 a 2017, de acordo com as seguintes variáveis: sexo, faixa etária, esquema terapêutico atual, classificação operacional atual e tipo de saída. Foram registrados 2.529 casos confirmados no estado do Piauí, sendo que 1.402 (55,44%) correspondem ao sexo masculino, valor superior aos 1.127 (44,56%) casos no sexo feminino e a faixa etária mais acometida foi de 50 a 64 anos com 701 casos (27,7%). A hanseníase apresenta uma alta taxa de cura entre os pacientes que realizam  corretamente o tratamento, totalizando 1.195 (47,25%) casos de cura no período analisado, contrapondo-se 69 óbitos (2,72%). Em relação ao esquema terapêutico, o tratamento poliquimioterápico 12 doses (1.743; 68,92%) foi direcionado à maioria dos pacientes, que apresentaram maior predominância para a classificação multibacilar (1.776; 70,22%). Dessa forma, verifica-se que a maioria dos pacientes é do sexo masculino por terem menos acesso aos serviços de saúde; a maior prevalência ocorreu entre 50 a 64 anos, haja vista que a hanseníase apresenta um longo período de incubação e é considerada uma doença de adultos; e houve alta taxa de cura. Apesar das limitações encontradas no acompanhamento dos pacientes, é expressivo o índice de cura dos indivíduos que concluem o tratamento. Além disso, a hanseníase deve ser tratada como significativo problema de saúde pública que merece maior atenção para o diagnóstico precoce e a continuidade do recurso terapêutico.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Hanseníase, Saúde , Pública, Piaui