TUBERCULOSE E DEPRESSÃO: RESULTADOS PRELIMINARES NO CENTRO MUNICIPAL DE SAÚDE DUQUE DE CAXIAS (RJ).
ERIKA DANIEL AQUINO1, ADRIANA DA SILVA REZENDE MOREIRA 1, RAFAEL MELLO GALLIEZ1, ÍVINA CLEIDE SOARES DA SILVA1, INGRID CRISTINA DOS SANTOS LIMA1, ANA PAULA RIOS FERREIRA1, ANDRÉ LUIZ BEZERRA1, THIAGO DA SILVA DOS SANTOS MALAQUIAS1, CARLA FERNANDES DOS SANTOS LARA1, ANNA CRISTINA CALÇADA CARVALHO1, ANA CAROLINA DE OLIVEIRA FARIA1, ELISANGELA COSTA DA SILVA1, ANNIKA SWEETLAND1, AFRÂNIO LINEU KRITSKI1
1. PAT/UFRJ - Programa Acadêmico de Tuberculose - Faculdade de Medicina - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil, 2. CMS-DC/SMS-DC - Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias - Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias, 3. LITEB/IOC-FIOCRUZ - Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos/Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz, 4. CUCNY - Universidade de Columbia, 5. IPUB/UFRJ - Instituto de Psiquiatria da UFRJ - Faculdade de Medicina - Universidade Federal do Rio de Janeiro
ericadaniel@hucff.ufrj.br

A transição da infecção latente por Mycobaterium tuberculosis (MTB) para tuberculose (TB) ativa, assim como sua progressão clínica, dependem da competência imunitária do hospedeiro, que é influenciada pela idade, condições nutricionais e comorbidades como a infecção por HIV, diabetes mellitus, o transtorno depressivo maior (TDM), consumo de drogas imunossupressoras ou ilícitas. Entretanto, são escassos dados sobre a ocorrência de TDM durante o tratamento anti-TB. O fator psiquiátrico torna a interação entre as doenças mais complexas e, junto aos determinantes sociais, podem influenciar o desfecho do tratamento. Este estudo prospectivo e observacional tem como objetivo estimar a prevalência de TDM entre pacientes com provável TB pulmonar no momento da investigação diagnóstica inicial e descrever a evolução do TDM durante o tratamento dos casos de TB pulmonar diagnosticados. No período de 06/2017 a 04/2018, foram elegíveis os sintomáticos respiratórios (SR) atendidos no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias-RJ. Os instrumentos aplicados foram PHQ-9, M.I.N.I PLUS e ASSIST em pacientes de 18 a 65 anos. Foram excluídos os sujeitos que não assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, não realizaram os exames bacteriológicos, e eram portadores de micobactérias atípicas. Foram incluídos 120 SR, a idade média foi de 42,3 anos (DP ± 17,0), a maioria dos pacientes era do sexo masculino (66,0%) e com nível de escolaridade < 8 anos (63%); 12 (10%) eram HIV positivos e uso de álcool e drogas ilícitas foi referido por 53 (54%) e 17 (14%), respectivamente. TB foi diagnosticada em 66 (55%) sujeitos, por meio do teste molecular rápido ou cultura positiva para MTB. Na triagem com o PHQ-9, a prevalência de TDM foi similar entre pacientes com TB pulmonar ativa e pacientes sem TB: 26% vs. 34%, respectivamente. O M.I.N.I. PLUS, aplicado naqueles com PHQ-9 ≥ 10, confirmou o diagnóstico de TDM em 11% dos casos de TB e 15% de casos não TB. No segundo mês de tratamento anti-TB, nenhum paciente manteve o quadro de TDM dentre os que o apresentavam no início do tratamento. Com o aumento da amostra e o desenho prospectivo/observacional poderemos elucidar melhor a relação entre TDM e TB, ampliando nosso conhecimento sobre o tema e apontando para investimento em medidas que incluam a atenção integral a saúde (física e mental) visando ações mais efetivas contra a TB.



Palavras-chaves:  Depressão, Transtorno Depressivo Maior, Tuberculose