EPIDEMIOLOGIA DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO DISTRITO FEDERAL DE 2010 a 2016 – BRASIL
CAMILA HELENA MACEDO DA COSTA 1, CLAUDIO MACHADO1
1. UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2. IVB - Instituto Vital Brasil
camilahemadacosta@gmail.com

Atualmente, no Brasil, os acidentes por animais peçonhentos são considerados doenças negligenciadas e de notificação obrigatória. As principais estratégias na articulação desses acidentes envolvem o rápido atendimento com seu correto diagnóstico - que por vezes não é adequado devido a fatores como má formação do profissional de saúde ou pela dificuldade de identificar a espécie animal causadora do acidente - e a excelência na produção do soro para neutralização do veneno. Desta forma, deve-se valorizar a notificação adequada, associada a uma boa capacitação dos profissionais de saúde para que os dados epidemiológicos sejam gerados com precisão, a fim de caracterizar os acidentes quanto a sua distribuição, frequência e tipologia. Desse modo, este trabalho objetiva caracterizar a epidemiologia do Distrito Federal quanto aos acidentes por animais peçonhentos através dos registros de notificações dessa região. Para tanto, a partir do DATASUS foi possível obter os dados referentes as fichas de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) para animais peçonhentos do período de 2010 a 2016 ocorridos no Distrito Federal. Verificou-se que a maioria dos acidentes foi provocado por escorpiões (3516), seguidos das serpentes (792) e abelhas (687), respectivamente. Com relação a estação do ano, percebe-se que há uma elevação no número de acidentes no verão a partir de novembro (658 notificações) e que se estende até março, (596 notificações). De um total de 5962 acidentes, a maioria ocorreu com homens (54,91%) e a faixa etária de 20-39 anos foi a mais predominante. Quanto ao tempo para o atendimento a maioria ocorreu até 3 horas do acidente e poucos evoluíram para óbito. Contudo, em relação a evolução dos acidentes, dos 5962 acidentes, 1257 foram ignorados ou tiveram o campo não preenchido. A pouca atenção dada ao preenchimento desse campo torna a informação do agravo imprecisa em 21,08% dos registros. Assim, verifica-se a importância para a saúde pública que os profissionais de saúde recebam maiores conhecimentos sobre a clínica dos acidentes por animais peçonhentos, além de reconhecer a distribuição das espécies da região, visando atender e minimizar os acidentes, principalmente os provocados durante as atividades de ecoturismo ou laborais ligadas ao ambiente.



Palavras-chaves:  animais peçonhentos, epidemiologia, notificação compulsória, SINAN