COINFECÇÃO TUBERCULOSE-HIV E MORTALIDADE NO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL
DÉBORA MARIA DA SILVA XAVIER 1, DAYANA CECÍLIA DE BRITO MARINHO1, ISABELA LEMOS DA SILVA1, MARCELLA ADRIANA CANÊJO LUNA DA SILVA1, MARCIELLE DOS SANTOS SANTANA1, RAQUEL DA SILVA CAVALCANTE1, AMANDA REGINA DA SILVA GÓIS1
1. UFPE - CAV - Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória
DEBXAVIER@HOTMAIL.COM

Nos países endêmicos para tuberculose (TB), a epidemia de HIV/AIDS foi responsável pelo aumento de novos casos da doença. A infecção por HIV pode ser considerada um dos principais fatores de risco que faz com que um indivíduo com TB latente desenvolva TB ativa, apresentando taxas de mortalidade 2,4 a 19,0 vezes mais elevadas que os indivíduos sem infecção pelo vírus. Estudos apontam que condições propícias como uma população empobrecida e serviços públicos desestruturados contribuem para a prevalência dessa coinfecção no Brasil, em especial na região Nordeste. O presente estudo buscou descrever aspectos da mortalidade relacionada coinfecção tuberculose-HIV no estado de Pernambuco, Brasil. Trata-se de um estudo descritivo dos casos confirmados de tuberculose coinfectados com HIV, independentemente de terem desenvolvido AIDS, a partir de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A população desse estudo constituiu-se de todos os casos diagnosticados em residentes no estado de Pernambuco nos anos de 2008 a 2017. Foram incluídos os pacientes com diagnóstico confirmados de tuberculose e sororreagentes para o HIV. As variáveis estudadas para os casos de coinfecção foram: ano da notificação e situação de encerramento. Os dados foram analisados utilizando-se da estatística descritiva. Foram notificados 54.123 casos de tuberculose no estado de Pernambuco nos últimos 10 anos. Desse total, 6.400 casos apresentavam coinfecção tuberculose/HIV, o que corresponde ao percentual de 11,8% de coinfecção. Ocorreram 160 óbitos em indivíduos coinfectados pela tuberculose e HIV, o que perfaz uma taxa de letalidade de 2,5%. Os resultados encontrados neste estudo revelam que o estado de Pernambuco apresentou um percentual elevado de coinfecção TB/HIV (11,8%) quando comparado a outros estados da região nordeste nesse mesmo período de tempo, como a Paraíba (8,4%). Levando em consideração a atuação do HIV na progressão da tuberculose, estes dados evidenciam a relevância dessa coinfecção como uma comorbidade de grande impacto na saúde pública. Apesar de ser uma doença passível de prevenção e cura, a tuberculose ainda constitui fonte de preocupação no cenário brasileiro, sobretudo pela sua determinação social. Buscando-se reduzir a vulnerabilidade social e consequente risco aumentado de morte em pacientes HIV soropositivos com tuberculose, os Programas de Controle de TB devem fortalecer suas estratégias focando nos cuidados em saúde nessa população.



Palavras-chaves:  Coinfecção, HIV, Óbito, Tuberculose