RELAÇÃO ENTRE INFECÇÃO PELO VÍRUS DA CHIKUNGUNYA E O DESENVOLVIMENTO SUBSEQUENTE DE DIABETES MELLITUS TIPO II
DÉBORA MARIA DA SILVA XAVIER1, DAYANA CECÍLIA DE BRITO MARINHO1, ISABELA LEMOS DA SILVA1, MARCELLA ADRIANA CANÊJO LUNA DA SILVA1, MARCIELLE DOS SANTOS SANTANA1, RAQUEL DA SILVA CAVALCANTE1, MEYKSON ALEXANDRE DA SILVA1
1. UFPE - CAV - Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, 2. UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco
debxavier@hotmail.com

O Chikungunya (CHIKV) é um RNA vírus da família Togaviridae do gênero Alphavirus . Sua infecção se caracteriza por quadros de febre associados à dor articular intensa e debilitante, cefaleia e mialgia. Embora possua sintomas semelhantes aos da dengue, chama a atenção a poliartrite/artralgia simétrica, que, em geral, melhora após 10 dias, mas que pode durar meses ou anos após o quadro febril. Após o surto da doença no Brasil no ano de 2014, quando foram confirmados 2.772 casos de CHIK, foi possível constatar o potencial de cronicidade da doença bem como a sua associação ao desenvolvimento de doenças crônicas. Diante disso, o presente trabalho objetivou reunir informações relevantes na literatura acerca da relação entre esta arbovirose e o desenvolvimento de diabetes mellitus do tipo II (DM2). Realizou-se uma revisão sistemática com artigos indexados nas bases de dados PUBMED e LILACS, tendo como critério de inclusão artigos publicados nos últimos 5 anos (2013-2018) e divulgados nos idiomas português, inglês e espanhol. Os descritores utilizados para a busca foram chikungunya and diabetes mellitus e seus respectivos em português e espanhol. Na base de dados da PUBMED e LILACS foram encontrados respectivamente 6 e 4 artigos, enquadrados nos critérios de inclusão estabelecidos. Atingiu-se a amostra final de 7 artigos para essa revisão, visto que três estavam indexados nas duas bases de dados simultaneamente. A partir da análise dos artigos observou-se que, antes mesmo do primeiro surto da doença em território brasileiro, estudos demonstravam casos de pacientes com diagnóstico prévio de Chikungunya que foram posteriormente diagnosticados com DM2 pela primeira vez. Além disso, em indivíduos portadores de DM que foram infectados pelo CHIKV observou-se piora dos sintomas nas fases aguda e crônica da doença, bem como aumento superior a 25% nos níveis glicêmicos após a infecção, demonstrando um impacto negativo no controle da glicemia. Acredita-se que essa relação se dá devido ao comprometimento do metabolismo de glicose promovido pela infecção por CHIKV. Poucos estudos foram realizados em território brasileiro, porém estes mostraram que alguns pacientes com CHIK crônica estudados desenvolveram DM2 no curso da doença. Diante disso, destaca-se a necessidade de investigações completas, bem como da conscientização dos profissionais da atenção básica acerca do acompanhamento dos pacientes com histórico de CHIK, a fim de averiguar suas consequências.



Palavras-chaves:  Arboviroses, Diabetes tipo II, Níveis glicêmicos