PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS NA GESTAÇÃO E CONGÊNITA EM PERNAMBUCO
ALESSANDRA MARIA MONTEIRO E SILVA 1, JOÃO PEDRO SOBRAL NETO1, RAFAELLA MIRANDA MACHADO1, RAYANE SUELLEN PEREIRA DE ALBUQUERQUE SANTOS1
1. IAM - Instituto Aggeu Magalhães
ALESSANDRA.M.MONTEIRO@GMAIL.COM

A Sífilis é uma infecção sexualmente transmissível causada por uma bactéria, o treponema pallidum . Quando não tratada, pode evoluir a estágios que atingem a pele e diversos órgãos internos. A sífilis congênita ocorre devido a contaminação hematogênica por via transplacentária em qualquer período da gestação ou por contato direto durante o parto, com taxas de transmissão entre 30 a 100%. Este estudo teve como objetivo descrever o perfil epidemiológico dos casos notificados de sífilis em gestante e congênita no período de 2008 a 2017 em Pernambuco. Para construção deste perfil foi realizado um estudo descritivo, transversal e retrospectivo com base em dados secundários coletados através do Sistema Nacional de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram notificados no período analisado 7.181 casos de sífilis na gestação e 10.485 casos de sífilis congênita, com taxa de incidência variando entre 4.26 a 6.12/1.000 nascidos vivos (NV) com o aumento de 43,6% e 3.83 a 10.41 por 1.000 NV com o aumento de 171,6%, respectivamente. Foi expressiva a diferença entre as incidências de sífilis na gestação e congênita sugerindo falhas no processo de diagnóstico durante a gestação, mesmo com a melhora substancial do indicador de testes realizados por gestante no durante o pré-natal entre 1.26 e 1 em 2015 e 2016. Predominaram gestantes pardas (60,5%), com escolaridade até o ensino fundamental incompleto (21,6%), faixa etária entre 20-39 anos (71,1%) e com a classificação clínica primária (40%). Dentre os casos notificados de sífilis congênita 75,6% haviam realizado o pré-natal. Os indicadores demonstraram uma tendência de crescimento da sífilis em Pernambuco, assim como a fragilidade do processo de vigilância epidemiológica da transmissão vertical, sugerindo a necessidade de avaliação das medidas de prevenção, tratamento e controle aplicadas atualmente.



Palavras-chaves:  Infecção sexualmente transmissíve, Sífilis congênita, Sífilis em gestante