ARTRITE SÉPTICA SECUNDÁRIA A PIOMIOSITE TROPICAL: UM RELATO DE CASO
NOELE GURGEL DÁVILA 1, DANIELY PESSOA MOREIRA1, LUIZ FREDERICO BEZERRA HONORATO JUNIOR1, LUCAS SOLON DIAS DE FARIAS 1, RAYANI DIÓGENES UMBELINO REIS1, LAYANE BARRETO COSTA 1, ANNA BEATRIZ DE MENEZES SOUZA DIEB VIEIRA1, LEONARDO PAIVA DE AUTRAN NUNES1, NATASSIA VIANNA BOCCHESE 1
1. UNP - Universidade Potiguar
noeledavila@gmail.com

Piomiosite Tropical (PT) é uma infecção bacteriana subaguda musculoesquelética, de acometimento difuso e formação de abcessos ou processo mionecrótico progressivo. Predomina em países tropicais com poucos relatos no Brasil. Acomete no geral: crianças e adultos jovens do sexo masculino que possuem Diabetes Mellitus (DM), infecção por HIV ou doenças hematológicas. M.K.Y, 72 anos, diabética, apresentou febre diária (39ºC) por 11 dias e limitação do movimento articular coxo-femoral esquerdo. Negou traumas. Foi sugerido diagnóstico de PT após resultado de Tomografia Computadorizada (TC) de abdome total. Iniciado Metronidazol e Ceftriaxona por 7 dias, seguido de Amoxicilina-Clavulanato por 8 dias com melhora parcial. Após 45 dias manteve dor importante, febre alta, flutuação muscular coxofemoral e lombalgia, além de, hemograma, VHS e PCR alterados. Os resultados da Ressonância Nuclear Magnética (RNM) de coluna lombar, quadril e bacia sugeriram infecção e destruição articular, principalmente, no colo do fêmur e quadril esquerdo. Introduziu-se Vancomicina e Clindamicina por 90 dias, além de cirurgia de drenagem de coleção. Ao término, foi encaminhada para implante de prótese de quadril, com resolução do quadro. Os grupos musculares mais afetados na PT são: quadríceps, glúteos e músculos do tronco. Também foi descrito envolvimento do psoas e ilíaco. Clinicamente, são divididas em três fases, com a paciente apresentando-se na fase III que consiste em dor importante, rigidez, flutuação nos músculos e septicemia, evoluindo com artrite séptica e destruição articular. Além da clínica e do laboratório alterados, a paciente apresentou como fator predisponente a DM. Em relação ao diagnóstico, as hemoculturas positivam em 5 a 35% dos casos e, no relato, os dois pares de hemoculturas foram negativos. É sabido, no entanto, que a RNM possui maior acurácia na investigação. Por fim, o tratamento deve conter antibioticoterapia para Staphylococcus aureus - agente etiológico mais frequente - por 3 a 6 semanas e drenagem cirúrgica local. Tendo em vista à epidemiologia da PT, é importante relatar este caso pela baixa prevalência no país. No tratamento da paciente utilizou-se associação antimicrobiana de moderado espectro, obtendo baixa resposta, justificada por hemoculturas negativas sem evidência de etiologia sensível ao fármaco utilizado. Por suspeita de infecção por MRSA, introduziu-se antibioticoterapia de amplo espectro com posterior drenagem articular e resolução do quadro.



Palavras-chaves:  Antibioticoterapia, Artrite Séptica, Coxo-femural, Piomiosite Tropical, Septicemia