BOTRIOMICOSE EM MEMBRO SUPERIOR DIREITO EM HOMEM COM HISTÓRIA DE TRAUMA HÁ 11 ANOS: RELATO DE CASO
EVELINE PIPOLO MILAN1, MANOELLA DO MONTE ALVES1, EDUARDO TEODORO GURGEL DE OLIVEIRA1, HARETON TEIXEIRA VECHI1, GUILHERME MARANHÃO CHAVES1, ADRIAN LUCCA GUIMARÃES CALDEIRA 1, CAIO LUCAS BATISTA ABRANTES1, CAIO JONAS DE OLIVEIRA ABRANTES1, LUCAS AMADEUS PORPINO SALES1, BRUNO FERNANDES DE SOUSA1, MARIA TAMYRES DE CARVALHO FREITAS 1
1. DINF UFRN - Departamento de Infectologia, Instituto de Medicina Tropical, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil., 2. UFRN - Laboratório de Micologia Médica e Molecular, Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil
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A botriomicose é uma doença granulomatosa bacteriana não supurativa, que afeta principalmente a pele e tecido celular subcutâneo. É uma infecção rara, sendo Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa os agentes mais envolvidos. Os principais fatores predisponentes são trauma cutâneo, complicações pós-operatórias e condições imunossupressoras. Apresenta-se como lesões nodulares ou abscedantes com descarga purulenta associada à eliminação de grãos, especialmente em áreas expostas ao trauma. Nós reportamos o caso de um paciente de 48 anos, que chegou ao ambulatório de doenças fúngicas do Hospital Giselda Trigueiro (HGT) em abril de 2017, com relato de que há 12 anos sofrera queda de bicicleta, tendo apresentado múltiplas escoriações no membro superior direito quando colidiu com o solo. Após 3 anos, ele observou surgimento de nódulo endurecido, de aproximadamente 3cm, com rubor e edema adjacente à região em que houve a escoriação. Desde o início do quadro, procurou por várias vezes atendimento médico, tendo recebido múltiplos esquemas de tratamento antimicrobiano: sulfametoxazol com trimetroprim (5 meses), sendo observada regressão parcial da lesão; levofloxacino (14 dias) + itraconazol (30 dias) e ciprofloxacino (14 dias). Nos últimos 11 meses, o paciente passou a apresentar prurido mais intenso, drenagem de secreção purulenta, dor e aumento da quantidade das lesões. Ao exame, apresentava edema endurecido acentuado, áreas de retração cicatricial e pontos de exteriorização de fístulas, com drenagem de secreção purulenta e grãos de coloração clara no terço distal do antebraço D e face lateral da mão D. Em julho de 2017, a anatomia patológica da lesão mostrava um processo inflamatório crônico agudizado e abscedado com tecido de granulação. Pesquisa de fungos pelo método PAS foi negativa e a cultura, em dezembro de 2017, evidenciou crescimento de S. aureus na secreção de fístula do antebraço direito, o qual foi sensível, dentre outros antibióticos, a sulfametoxazol + trimetoprim, o qual foi prescrito. Em abril de 2018 já se observou regressão acentuada do edema e regressão completa da drenagem da secreção e dos grãos. O caso chama a atenção para a importância de se evidenciar o diagnóstico microbiológico nos casos de micetoma, com o intuito de se estabelecer o tratamento adequado.



Palavras-chaves:  micetoma, combinação Trimetropima e Sulfametoxazol, Staphylococcus aureus