PERFIL NOSOLÓGICO DA POPULAÇÃO RIBEIRINHA DO RIO MADEIRA, HUMAITÁ, AMAZONAS, BRASIL
ANTONIETA RELVAS PEREIRA1, JULIANA SOUZA DE ALMEIDA ARANHA CAMARGO1, SERGIO DE ALMEIDA BASANO1, LUIS MARCELO ARANHA CAMARGO1
1. UFSJ - Universidade Federal de São João del Rei, 2. UNISL - Centro Universitário São Lucas, 3. ILMD - Instituto Leônidas e Maria Deane – Fiocruz Amazônia, 4. ICB5/USP - Centro Avançado de Pesquisa do ICB/USP em Rondônia , 5. CEMETRON - 6Centro de Medicina Tropical de Rondônia, 6. CEPEM/SESAU - Secretaria de Saúde do Estado de Rondônia, 7. EPIAMO - Instituto Nacional de Epidemiologia da Amazônia Ocidental
antonietarp@hotmail.com

No Brasil a “transição epidemiológica” ocorreu de maneira não uniforme em termos geográficos, por possuir características socioeconômicas, culturais e ambientais distintas dos outros países, fato este que levou ao incompleto processo de transição, devido à importância e o predomínio que as doenças infecciosas e parasitárias (DIPs), permanecerem endêmicas em algumas regiões, principalmente na região amazônica, como é o caso da malária, leishmaniose, hanseníase, tuberculose e hepatites virais. Realizou-se uma pesquisa em comunidades ribeirinhas ao longo do Rio Madeira, Humaitá, Amazonas, com o objetivo de estimar a frequência das DIPs, que acometem essas populações, visto que a região Amazônica é endêmica e várias doenças infecciosas permanecem crescentes. Na ocasião, foram visitadas um total de 16 comunidades, com um tamanho amostral de 183 indivíduos adultos, amostra foi realizada por conveniência, uma vez que não havia lista nominal dos moradores locais. Todos os participantes passaram por uma avaliação clínica e coleta sanguínea para exames laboratoriais. Para os casos de Hanseníase, foram aplicadas as Fichas de Autoimagem (FAI). Para avaliação das Hepatites virais, sífilis e HIV, utilizou-se testes imunocromatográficos de triagem, onde foram identificados 02 casos (1,1%) apenas no gênero masculino de Hepatite B, 03 casos de sífilis (1,6%), confirmados com testes de V.D.R.L., e 01 caso de HIV (0,5%), todos os casos foram confirmados com testes sorológicos. Foram identificados 10 casos (5,4%) de MH (60% masculino e 40% feminino), através de avaliação neurodermatológica (raspado dérmico, teste de sensibilidade, testes de pilocarpina e histamina 1% e exame de troncos nervosos). Além de 01 caso de malária vivax e ausência de casos de mansonelose e tuberculose. Podemos verificar que no perfil de doença nessas populações amazônicas, as DIPs tem, notadamente, uma alta relevância regional, onde a prevenção e o controle são fundamentais para evitar um crescimento epidêmico e gerar consequências para a qualidade de vida dos indivíduos. Medidas estratégicas de saúde pública devem ser implantadas nessa região, levando em conta que a transição epidemiológica ocorre de forma heterogênea no Brasil e que a Amazônia apresenta um padrão híbrido onde já ocorrem doenças crônicas não transmissíveis e ainda prevalecem as DIPs, fato este que oprime os depauperados municípios da Amazônia.



Palavras-chaves:  Amazônia, Doenças Transmissíveis, Transição Epidemiológica