BARTONELOSE NODULAR COM REAÇÃO DE JARISCH-HERXHEIMER PRESUMIDA EM PACIENTE COM SUSPEITA DE SÍFILIS – RELATO DE CASO
GLAUCO IGOR VIANA DOS SANTOS GLAUCO SANTOS1, HAROLDO LUCENA BEZERRA HAROLDO BEZERRA1, RUAN DE ANDRADE VILAR RUAN VILAR1, GIULIA VIANA DOS SANTOS GIULIA SANTOS1, RAISSA GOUVEIA DE LUCENA BEZERRA RAISSA BEZERRA1
1. UFPE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO , 2. UFPB - UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, 3. UFRN - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 4. FCM-PB - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA
ruanvilar@hotmail.com

Introdução: Arranhadura de gato pode evoluir com infecções diversas, desde bacterianas, como Bartonelose, até infecções fúngicas, como Esporotricose. O clínico deverá estar atento ao amplo diagnóstico diferencial e valorizar todos os sinais e sintomas. Objetivo: relatar um caso de Bartonelose nodular presumida em paciente encaminhada com suspeita de sífilis, evidenciando as principais diferenças entre essas patologias. Desenho do estudo: relato de caso. Métodos: revisão do prontuário. Resultados: paciente do sexo feminino, 25 anos, hígida, relatou febre, mialgia, artralgia e lesões eritematosas na mão esquerda há 3 semanas. Ao exame físico, estava em bom estado geral, prova do laço negativa, sem adenomegalias, auscultas cardíaca e respiratória normais. As lesões eram nodulares, eritematosas, sem pus e sem linfangite associada. Devido à forte epidemiologia local, suspeitou-se de arbovirose, porém evoluiu sem melhora. Em seguida, suspeitou-se de sífilis secundária, porém os exames (HIV, FTA-Abs, VDRL) foram negativos em duas ocasiões distintas. Durante a investigação, a paciente relatou que adotou um gato, e que o mesmo arranhou a mão esquerda cerca de 2 semanas antes do início dos sintomas. Neste momento, considerou-se bartonelose, sendo tratada com azitromicina por 1 semana. Após uma discreta piora inicial, houve resolução completa do quadro. Discussão: arranhadura por gato pode cursar com infecções estafilo e estreptocócicas, as quais podem ser piogênicas e, geralmente, têm rápida evolução (piodermites, celulite, erisipela). Infecções por Pasteurella, por sua vez, são incomuns. Na esporotricose, chama a atenção a disseminação linfática. Na sífilis secundária, seria esperado marcadores positivos. O VDRL foi repetido para afastar o efeito prozona. A Bartonelose é multifacetada e, em imucompetentes, pode cursar com nódulos cutâneos. Também pode ocorrer febre, mialgia e artralgia, permitindo que o clínico suspeite de arboviroses, diferindo destas pela evolução subaguda (semanas). A melhora do quadro com macrolídeo (apesar de uma piora inicial por provável reação de Jarisch-Herxheimer), além do contexto clínico-epidemiológico, permitiu o diagnóstico presumido de Bartonelose. Conclusão: Como a maioria dos serviços não dispõem de recursos laboratoriais para confirmação etiológica de Bartonelose, o clínico deve ficar atento a este importante diagnóstico diferencial diante de pacientes com febre, mialgia, artralgia e lesões cutâneas após arranhadura de gato.



Palavras-chaves:  BARTONELOSE, BARTONELOSE NODULAR , JARISCH-HERXHEIMER, INFECÇÃO, SÍFILIS