SÍNDROME DRESS EM GESTANTE COM TOXOPLASMOSE SIMULANDO ARBOVIROSES: RELATO DE CASO
GLAUCO IGOR VIANA DOS SANTOS GLAUCO SANTOS1, HAROLDO LUCENA BEZERRA HAROLDO BEZERRA1, RUAN DE ANDRADE VILAR RUAN VILAR1, GIULIA VIANA DOS SANTOS GIULIA SANTOS1, MARINA SANTIAGO DE MIRANDA MARINA MIRANDA1, CICERA ANALÚ ALVES DA SILVA CÍCERA SILVA1, RAISSA GOUVEIA DE LUCENA BEZERRA RAISSA BEZERRA1
1. UFPE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO , 2. UFPB - UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, 3. UFRN - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, 4. FCM-PB - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA
ruanvilar@hotmail.com

Introdução: A síndrome DRESS (do Inglês: Drug reaction with eosinophilia and systemic symptoms) é uma entidade subdiagnosticada, apesar da sua importância na prática clínica pela similaridade com outras patologias, dentre elas as arboviroses. O médico deve incluir a síndrome DRESS no diagnóstico diferencial de todo paciente febril com rash, pois o prognóstico pode ser reservado e potencialmente fatal, sobretudo nos casos identificados tardiamente. Objetivo: relatar um caso de síndrome DRESS em paciente com suspeita de arbovirose, evidenciando as principais diferenças clínicas entre essas patologias. Desenho do estudo: relato de caso. Métodos: revisão do prontuário. Resultados: paciente do sexo feminino, 29 anos, sem morbidades prévias, gestante do segundo filho (28 semanas), recebeu o diagnóstico de toxoplasmose e iniciou o tratamento com sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico. Após quatro semanas, relatou febre, mialgia, artralgia e rash. Ao exame físico, estava em bom estado geral; prova do laço negativa; apresentava exantema macular difuso, sem progressão característica e sem acometer mãos e pés. O hemograma, VDRL, FTA-ABs, HIV, e demais sorologias para doenças exantemáticas, arboviroses e hepatites virais estavam normais. Em virtude da forte epidemiologia, foi conduzida como provável arbovirose, porém não obteve melhora. Os novos exames revelaram eosinofilia de 11%, além de transaminases tocadas. Foi levantada a hipótese de Síndrome DRESS secundária à sulfa, a qual foi substituída por corticoterapia, evoluindo com melhora progressiva. Na semana 35, o parto ocorreu sem intercorrências. Discussão: a síndrome DRESS decorre de reações de hipersensibilidade, destacando-se os derivados da sulfa. O quadro clínico é inespecífico, e pode incluir febre, artralgia e mialgia, fazendo diagnóstico diferencial com as arboviroses. Entretanto, caso a medicação suspeita não seja suspensa, o quadro progride ao longo de semanas, podendo evoluir para acometimento visceral, como hepatite. Ao contrário das reações alérgicas mais simples, as manifestações são tardias (após 2-4 semanas). A suspensão da droga relacionada à hipersensibilidade e o início da corticoterapia são fundamentais para evitar desfechos fatais. Conclusão: pacientes que usam derivados da sulfa e que procuram o pronto-socorro com quadro arrastado de febre, mialgia, artralgia e eosinofilia, sem sangramentos e com prova do laço negativa, devem ter a síndrome DRESS no diagnóstico diferencial.



Palavras-chaves:  ARBOVIROSES, DRESS, SINDROME DRESS, TOXOPLASMOSE, TOXOPLASMOSE GESTACIONAL