ROSÁCEA OCULAR SIMULANDO INFECÇÃO HERPÉTICA – RELATO DE CASO
GLAUCO IGOR VIANA DOS SANTOS GLAUCO SANTOS1, HAROLDO LUCENA BEZERRA HAROLDO BEZERRA1, RUAN DE ANDRADE VILAR RUAN VILAR1, GIULIA VIANA DOS SANTOS GIULIA SANTOS1, YASMIM SOARES MALTA YASMIM MALTA1, ANA BEATRIZ CAVALCANTE DE OLIVEIRA ANA OLIVEIRA1
1. UFPE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO , 2. UFPB - UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, 3. UFRN - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ruanvilar@hotmail.com

Introdução: Alterações oculares são potencialmente graves. A presença de vesículas pode ser sugestiva de infecção herpética, porém não é patognomônico. O médico assistente deve estar atento ao amplo diagnóstico diferencial, dentre eles a rosácea ocular, uma entidade subdiagnosticada, sobretudo quando suas manifestações não são acompanhadas por outros achados na pele. Objetivo: relatar um caso de rosácea ocular que clinicamente simulou uma infecção por herpes simples para alertar aos clínicos e especialistas sobre este importante diagnóstico diferencial. Desenho do estudo: relato de caso. Métodos: revisão do prontuário. Resultados: paciente de 30 anos, sexo feminino, recepcionista, sem morbidades prévias, procurou atendimento devido dor e vesículas pustulosas na região periorbitária direita há 1 dia. Acompanhando o quadro, havia hiperemia conjuntival e edema palpebral. Negou pródromos e outros sinais e sintomas, como febre, cefaléia, náuseas, parestesias na face, déficit na acuidade visual, queixas na cavidade oral e região genital. O médico assistente considerou a hipótese de herpes ocular, e prescreveu aciclovir. Após uma semana, o quadro progrediu para o olho contralateral. Ao exame oftalmológico, a córnea não apresentava úlceras, e a pressão intraocular e a fundoscopia estavam normais. O hemograma, FTA-ABs, VDRL e a sorologia para HIV não revelaram alterações. Neste momento, foi levantada a hipótese de rosácea ocular bilateral, e o tratamento foi substituído por macrolídeo e prednisona por uma semana, com melhora importante do quadro. Discussão: Rosácea ocular pode preceder as manifestações cutâneas em 20% dos casos, acometendo adultos e crianças. O quadro clínico é inespecífico, e pode incluir pústulas, blefarite, calázio e conjuntivite. Apesar da paciente relatada não ter realizado exames específicos para herpes simples, a ausência de pródromos e de úlceras de córneas, bem como a evolução subaguda e ausência de resposta com o antiviral, reduziram a possibilidade de infecção herpética, a qual é potencialmente grave na forma de ceratite. O tratamento da rosácea ocular, por sua vez, depende de antibióticos (macrolídeos, tetraciclinas) e anti-inflamatórios, com prognóstico geralmente bom. Conclusão: o surgimento de vesículas pustulosas perioculares, juntamente com hiperemia conjuntival e blefarite, de forma subaguda e sem úlceras corneanas, podem ser sugestivas de rosácea ocular, um importante diagnóstico diferencial de herpes ocular.



Palavras-chaves:  INFECÇÃO, HERPES, HERPES SIMPLES, ROSÁCEA, ROSÁCEA OCULAR