ANÁLISE DE REDES DE CONVÍVIO DOMICILIAR COM SOBREPOSIÇÃO DE CASOS DE HANSENÍASE UTILIZANDO O GENOGRAMA COMO FERRAMENTA
ADRIANA DA SILVA DOS REIS1, ELIANA AMORIM DE SOUZA1, REAGAN NZUNDU BOIGNY1, MARIA ANGÉLICA GOMES CARNEIRO1, ANDERSON FUENTES FERREIRA1, GABRIELA SOLEDAD MÁRDERO GARCÍA1, THAINA ISABEL BESSA DE ANDRADE1, ALBERTO NOVAES RAMOS JR1
1. UFC - Universidade Federal do Ceará, 2. IMS - UFBA - Instituto Multidiciplinar em Saúde - Universidade Federal da Bahia
amorim_eliana@yahoo.com.br

INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma condição crônica, negligenciada e estigmatizada que permeia diferentes contextos de vulnerabilidade, especialmente no âmbito familiar. Dado o longo período de incubação e a necessidade de contato contínuo para sua transmissão, conhecer os aspectos relacionados à sobreposição de casos da doença na rede de convívio domiciliar ( RCD ) deste caso é de suma relevância para o planejamento estratégico das ações de controle. OBJETIVO: Descrever estruturas de Redes de Convívio Domiciliar com Sobreposição de casos de Hanseníase (RCDSH) em municípios dos estados de Rondônia, Piauí e Bahia, de 2001 a 2014. METODOLOGIA: Estudo transversal, com abordagem analítica e exploratória com dados primários de casos de hanseníase que fazem parte de RCDSH nos municípios de Cacoal (Rondônia), Floriano (Piauí) e Vitória da Conquista (Bahia). Os dados foram coletados por meio de instrumentos estruturados para dados socioeconômicos, demográficos e clínicos, além de um instrumento para identificação de RCD e desenho gráfico de estrutura familiar. Para a construção gráfica do genograma foi utilizado o software Genopro 11.2 afim de ilustrar a representação gráfica da densidade e distribuição dos casos de hanseníase nas RCDs abordadas no estudo. RESULTADOS: O uso de genograma possibilitou evidenciar estruturas familiares com predomínio da doença nos contatos diretos dos casos multibacilares, além do acometimento entre familiares consanguíneos. A utilização desta ferramenta fortalece a evidência do padrão focal da hanseníase, ao ilustrar o acometimento de diferentes membros e gerações de uma RCD, dando visibilidade a cenários de maior risco e vulnerabilidade. DISCUSSÃO: Destaca-se que os casos com cargas bacilares elevadas e sem tratamento são os principais responsáveis pela persistência da transmissão, onde os contatos consanguíneos apresentam risco de 2,8 vezes maior que os não consanguíneos. Endemicidade da área de residência, aglomerações, baixo nível educacional e contextos de vulnerabilidade social se comportam como fatores de risco para a hanseníase. CONCLUSÃO: Reforça-se a importância da hanseníase nos cenários estudados, bem como a necessidade de qualificação e a efetividade da abordagem dos serviços de saúde na avaliação dos contatos intra e extradomiciliares. O uso de genograma contribui para análise, permitindo a identificação de áreas prioritárias e elaboração de ações efetivas e sistemáticas, em especial na rede de atenção primária à saúde.



Palavras-chaves:  Contato, Epidemiologia, Hanseníase, Vigilância & Controle