DETECÇÃO FENOTÍPICA DE ESCHERICHIA COLI ISOLADAS DE TANQUE DE EXPANSÃO DE LEITE BOVINO PRODUTORA DE BIOFILME EM PLACA DE POLIESTIRENO
SAMEA FERNANDES JOAQUIM 1, SIMONY TREVIZAN GUERRA1, FELIPE DE FREITAS GUIMARÃES1, FELIPE MORALES DALANEZI1, BRUNA CHUROCOF LOPES1, SIMONE BALDINI LUCHEIS1, MÁRCIO GARCIA RIBEIRO1, VERA LÚCIA MORES RALL1, RODRIGO TAVANELLI HERNANDES1, JOSÉ CARLOS DE FIGUEIREDO PANTOJA1, DOMINGOS DA SILVA LEITE1, HELIO LANGONI1
1. UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", 2. APTA - Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, 3. UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
simony.guerra@gmail.com

Biofilmes são um sério problema dentro da indústria alimentícia, particularmente em laticínios, pois dificultam a higienização de equipamentos devido à maior resistência a desinfetantes, além de serem uma fonte de contaminação constante, pois micro-organismos podem ser liberados gradativamente. Grande parte da contaminação do leite após a pasteurização ou esterilização está relacionada com a formação de biofilmes e há evidências que esses podem levar ao aumento da resistência a antimicrobianos. O objetivo do presente trabalho foi a detecção fenotípica de Escherichia coli produtora de biofilme em placa de poliestireno e caracteriza-se como um estudo transversal. Foram utilizadas 28 cepas de E. coli isoladas de leite de tanques de expansão de nove propriedades (6 no Estado de Minas Gerais e 3 em São Paulo). Inicialmente as amostras foram cultivadas em meio McConkey e as colônias suspeitas foram reisoladas e submetidas as seguintes provas bioquímicas: EPM, MILi e citrato de Simmons (EPM: produção gás/glicose, produção de ácido sulfídrico, hidrólise da uréia e desaminação do L-triptofano; MILi: motilidade, produção de indol e descaboxilação da lisina). Após a confirmação da espécie bacteriana, as colônias foram reisoladas no meio Luria Bertani e adequadas para escala 0,5 de McFarland (10 8 UFC) com auxílio de turbidímetro. Foram pipetados 200 µL de cada estirpe em triplicata em placa de poliestireno de fundo reto, mantendo-se a 25ºC por 48 horas. A seguir, a placa foi lavada três vezes, com solução salina tamponada (pH 7,4), secagem à temperatura ambiente e corada com cristal violeta 1%, por 15 minutos. Após três lavagens com água destilada, e secagem a temperatura ambiente e 200 μl de álcool acético glacial foi adicionado, para desprendimento e homogeneização do biofilme. Após 15 minutos, realizou-se a leitura da placa em leitor de ELISA a 540 nm. A cepa EAEC 042 foi utilizada como controle positivo e o meio TSB (caldo triptona soja) como controle negativo. O ponto de corte foi estabelecido a partir da média da triplicata de controle negativo acrescido do desvio padrão do controle negativo. Dos 28 isolados, 19 foram classificados como produtores de biofilme (67,86%). Os resultados desse estudo evidenciam a presença de cepas de E. coli produtoras de biofilme no leite dos tanques de expansão avaliados e alertam para possíveis problemas em laticínios.  Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Processos 2015/19688-8 e 2017/07246-6).



Palavras-chaves:  biofilme, enterobactérias, leite, microbiologia, saúde pública