Estudo da ação da rP21 na polimerização do citoesqueleto de actina e na multiplicação in vitro de Trypanosoma cruzi em macrófagos peritoneais derivados de camundongos C57BL6/J. |
A proteína rP21 baseada da P21 de Trypanosoma cruzi induz fagocitose inespecífica, polimeriza o citoesqueleto de actina em tempos curtos de tratamento (30’ e 1h) e parece ter importância na passagem para a fase crônica da doença. Foi avaliado neste trabalho o papel da proteína rP21 na polimerização do citoesqueleto de actina em macrófagos peritoneais de camundongos C57BL6/J e sua atuação na infecção in vitro por T. cruzi da cepa Y após 96h de tratamento. Verificou-se por meio de análise no software ImageJ de imagens obtidas por microscopia confocal, que a proteína rP21 aumenta a polimerização do citoesqueleto de actina em macrófagos peritoneais (tratamento diariamente reposto). Foi observado também que a rP21 diminui a multiplicação parasitária de T. cruzi da cepa Y in vitro , concomitante com o aumento da polimerização do citoesqueleto de actina, conforme encontrado na análise por citometria de fluxo. Ao avaliar a produção de NO e ROS, verificou-se que a rP21 diminui a produção de óxido nítrico (NO) em macrófagos peritoneais não infectados, e diminui a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) em macrófagos infectados. Para avaliar a influência do tratamento com rP21 na viabilidade de amastigotas intracelulares, estes foram recuperados de células tratadas ou não com rP21, e incubados 10 dias em meio LIT pH 7,2 para diferenciação em epimastigotas. Realizou-se contagem em câmara de Neubauer após tal período, sendo encontrado menor número de epimastigotas nos parasitas derivados de células tratadas com rP21. O efeito da rP21 sugere ser dependente do tipo de célula que se analisa, uma vez que experimentos em outros tipos celulares mostra diferentes fenômenos. No caso de macrófagos peritoneais, o efeito em diminuir a multiplicação in vitro sugere correlação com o aumento da polimerização do citoesqueleto de actina, onde a actina formaria uma barreira mecânica, impedindo a livre multiplicação parasitária, já que o tratamento não aumenta a produção de NO e ROS. Torna-se assim importante investigar o papel do citoesqueleto de actina durante a multiplicação intracelular do parasita e sua relação na cronificação da doença, além de buscar a elucidação da interação da rP21 com a resposta imune do hospedeiro, uma vez que o entendimento de tais fatores, permitiriam uma melhor determinação do papel da P21 ao longo da infecção por T. cruzi e sua atuação na cronificação da doença de Chagas. Agências financiadoras: CAPES, FAPEMIG, CNPq |