Estudo da ação da rP21 na polimerização do citoesqueleto de actina e na multiplicação in vitro de Trypanosoma cruzi em macrófagos peritoneais derivados de camundongos C57BL6/J.
FLÁVIA ALVES MARTINS1, JÚLIA DE GOUVEIA SANTOS 1, MARLUS ALVES DOS SANTOS1, BRUNA CRITINA BORGES1, ADELE AUD RODRIGUES1, SAMUEL COTA TEIXEIRA1, ALINE ALVES SILVA1, THAISE LARA TEIXEIRA1, MYLLA SPIRANDELLI DA COSTA1, CLAUDIO VIEIRA DA SILVA1
1. UFU - UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
juliagouveia.jg@gmail.com

A proteína rP21 baseada da P21 de Trypanosoma cruzi induz fagocitose inespecífica, polimeriza o citoesqueleto de actina em tempos curtos de tratamento (30’ e 1h) e parece ter importância na passagem para a fase crônica da doença. Foi avaliado neste trabalho o papel da proteína rP21 na polimerização do citoesqueleto de actina em macrófagos peritoneais de camundongos C57BL6/J e sua atuação na infecção in vitro por T. cruzi da cepa Y após 96h de tratamento.  Verificou-se por meio de análise no software ImageJ de imagens obtidas por microscopia confocal, que a proteína rP21 aumenta a polimerização do citoesqueleto de actina em macrófagos peritoneais (tratamento diariamente reposto). Foi observado também que a rP21 diminui a multiplicação parasitária de T. cruzi da cepa Y in vitro , concomitante com o aumento da polimerização do citoesqueleto de actina, conforme encontrado na análise por citometria de fluxo. Ao avaliar a produção de NO e ROS, verificou-se que a rP21 diminui a produção de óxido nítrico (NO) em macrófagos peritoneais não infectados, e diminui a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) em macrófagos infectados. Para avaliar a influência do tratamento com rP21 na viabilidade de amastigotas intracelulares, estes foram recuperados de células tratadas ou não com rP21, e incubados 10 dias em meio LIT pH 7,2 para diferenciação em epimastigotas. Realizou-se contagem em câmara de Neubauer após tal período, sendo encontrado menor número de epimastigotas nos parasitas derivados de células tratadas com rP21. O efeito da rP21 sugere ser dependente do tipo de célula que se analisa, uma vez que experimentos em outros tipos celulares mostra diferentes fenômenos. No caso de macrófagos peritoneais, o efeito em diminuir a multiplicação in vitro sugere correlação com o aumento da polimerização do citoesqueleto de actina, onde a actina formaria uma barreira mecânica, impedindo a livre multiplicação parasitária, já que o tratamento não aumenta a produção de NO e ROS. Torna-se assim importante investigar o papel do citoesqueleto de actina durante a multiplicação intracelular do parasita e sua relação na cronificação da doença, além de buscar  a elucidação da interação da rP21 com a resposta imune do hospedeiro, uma vez que o entendimento de tais fatores, permitiriam uma melhor determinação do papel da  P21 ao longo da infecção por T. cruzi e sua atuação na cronificação da doença de Chagas.

Agências financiadoras: CAPES, FAPEMIG, CNPq



Palavras-chaves:  Citoesqueleto de actina, Proteína recombinante P21, Trypanosoma cruzi